Comissão vai tentar nova reunião com procuradores

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Por Agencia Estado
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O senador Roberto Freire (PPS-PE), um dos mais indignados com o silêncio dos procuradores Guilherme Schelb e Eliana Torelly em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado nesta quarta-feira, insinuou que eles estavam ajudando o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que está sob suspeita de ter violado o sistema de votação secreta, o que caracterizaria quebra de decoro parlamentar, além de crime. A pressão contra os dois foi mantida pela bancada do PMDB, principalmente pelo líder do partido, Renan Calheiros (AL), e Ney Suassuna (PB), que receitou aos procuradores remédio para melhorar a memória. O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que quase foi indicado relator do processo no início da semana, chegou a insinuar que a postura defensiva de Eliane devia-se a uma suposta relação de amizade com ACM. A procuradora rebateu a insinuação e disse que o senador apenas esteve no seu casamento, por ser amigo do seu sogro. Ela afirmou que, após o casamento, só reencontrou o senador no mês passado, na reunião da procuradoria. ?Ele não é meu amigo; uma pessoa que encontrei duas vezes em 16 anos não posso dizer que é minha amiga?, reagiu. O senador Jefferson Peres (PDT-AM), advogado, apoiou os procuradores no seu direito a não revelar as informações. Mas após a reunião, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Carlos Frederico Santos, disse que a posição dos dois depoentes não era amparada em lei, pois o sigilo exigido dos procuradores referia-se a temas como dados bancários, fiscais, telefônicos ou casos de família. Segundo ele, trata-se de uma postura ética individual dos dois procuradores. O Conselho poderá realizar na próxima semana uma sessão secreta com os procuradores, para tentar convencê-los a quebrar o silêncio.

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