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Comissão vai investigar pagamentos feitos por Jader

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Por Agencia Estado
Atualização:

O arquiteto Aurélio Augusto Meira disse nesta segunda-feira ao senador Romeu Tuma (PFL-SP), integrante da comissão de investigação do Conselho de Ética do Senado, que recebia os pagamentos por serviços prestados ao presidente licenciado da casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), diretamente do banco Itaú do Rio de Janeiro, onde eram feitas aplicações com cheques administrativos do Banco do Estado do Pará (Banpará). A comissão vai investigar a partir de agora se Jader utilizou recursos públicos para pagar negócios particulares. Meira recebeu R$ 895 mil para fazer a reforma de um apartamento, de uma fazenda e da sede do jornal Diário do Pará, todos pertencentes ao senador. O arquiteto foi a segunda pessoa a ser ouvida por Tuma, que está em Belém tomando depoimentos de ex-funcionários do Banpará e ex-assessores de Jader no período em que o senador era governador do Estado. Além de Meira, foi ouvido o ex-gerente do Banpará Marcílio Guerreiro Figueiredo, que assinou cinco dos onze cheques administrativos usados na aplicação no Itaú e que teve como beneficiário o presidente licenciado do Senado. Guerreiro apresentou vários documentos onde constava que os cheques foram emitidos por ordem superior. Ele citou o chefe do Departamento Financeiro da instituição, Jamil Xaud, como a pessoa que ordenava a tarefa. Nesta terça-feira, Tuma vai ouvir o depoimento de Xaud para saber quem mandava ele autorizar a emissão dos cheques e qual era o destino. Além dele, prestará depoimeto o ex-presidente do Banpará Nelson Ribeiro. A comissão do Senado estava considerando o depoimento de Guerreiro como um dos mais importantes, mas foi Aurélio Meira quem surpreendeu. Ao falar que recebia pelos seus honorários ordens de pagamentos vindas do Rio de Janeiro, o arquiteto deu novas pistas para os senadores na investigação dos desvios do Banpará. A partir de agora, será feito um rastreamento pelo Banco Central para averiguar se Jader emitiu algum cheque para pagar o trabalho do arquiteto. Além disso, se o presidente licenciando do Senado usou cheques administrativos do Banpará para saudar débitos pessoais. Nesta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal recebeu informação de 47 bancos que negociaram Títulos da Dívida Agrária no período em que Jader era ministro da Reforma Agrária, entre 1987 e 1988. As informações serão repassadas ao delegado Luiz Fernando Ayres Machado, que preside o inquérito que apura se o presidente licenciado do Senado teve envolvimento na emissão de TDAs da desapropriação da Fazenda Paraíso, quando era ministro. Agora, a PF aguarda a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador, durante esse período.

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