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Comissão quer discutir mínimo com centrais e ministros

Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão Mista do Congresso, destinada a examinar a Medida Provisória que fixou o salário mínimo em R$ 260,00, decidiu convidar representantes das Centrais Sindicais para discutir a proposta do governo, na próxima terça-feira, juntamente com o secretário municipal de Desenvolvimento e Trabalho de São Paulo, Marcio Porchman, um dos especialistas do PT sobre o assunto. Para a quarta-feira, serão chamados os ministros do Planejamento, Guido Mantega, e da Previdência, Amir Lando. Dos 26 integrantes da Comissão Mista, 18 parlamentares compareceram hoje à reunião, dando quórum para sua instalação. Do PT, apenas o senador Paulo Paim (RS) e o deputado Ivan Valente (SP) estiveram presentes. "É muito estranha a ausência do PT na discussão do salário mínimo", afirmou o presidente da Comissão Mista, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), numa referência especial aos líderes do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), e do Senado, Ideli Salvatti (SC), membros da Comissão. Com a ajuda de parlamentares do PMDB, PPS, PV e PSB, a oposição conseguiu quórum para pôr a comissão mista em funcionamento. A idéia de Tasso Jereissati é votar o parecer na próxima quinta-feira. Tanto PSDB quanto PFL pretendem apresentar uma proposta alternativa para o salário mínimo, provavelmente em R$ 275,00. Mas, o relator, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), afirmou que começará a estudar as fontes de receita para chegar a um valor acima do estabelecido pelo governo. Apesar de o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), ter cobrado um aumento maior do salário mínimo, o discurso mais contundente ficou por conta do deputado Ivan Valente. "O orçamento está constrangido por um brutal superávit primário imposto pelos organismos internacionais e aceito pelo governo, e com isso não há desenvolvimento e inviabiliza a Nação", disse. O petista afirmou que não se pode "aceitar a provocação" de justificar o aumento baixo do mínimo ao déficit da Previdência. Enquanto Virgílio disse que o Congresso manteria a "responsabilidade fiscal" e adotaria a "sensibilidade social", Ivan Valente foi enfático: "Vim aqui para defender a responsabilidade social do Congresso e não apenas a sensibilidade".

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