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Comissão do Senado aprova 14 diplomatas em votações 'relâmpago'

Em função da covid-19 e da necessidade de votação presencial e secreta, indicações foram concentradas em duas sessões no mesmo dia

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA - A Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE) aprovou a indicação de 14 diplomatas, entre embaixadores e outras autoridades, para representar o Brasil no exterior. Em função da pandemia de covid-19 e da necessidade de votação presencial e secreta, as indicações foram concentradas em duas sessões no mesmo dia.

Durante o período de sessões remotas, as comissões do Senado ficaram paralisadas e sem a possibilidade de sabatinar indicados do presidente Jair Bolsonaro para embaixadas e agências reguladoras. Por causa da necessidade de análise do Senado para as nomeações, os senadores realizaram duas semanas de votações concentradas, uma em setembro e outra agora em dezembro.

Plenário do Senado Federal Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

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As cabines de votação foram liberadas antes da conclusão de todas as sabatinas. Na prática, os senadores puderem se posicionar antes mesmo de ouvir todos os indicados. O formato causou questionamentos. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) relatou que chegou atrasada na reunião e votou nas indicações, mas só depois se deu conta de que as sabatinas não haviam terminado. "Se for para ler currículo, a gente não precisa vir aqui", afirmou.

O presidente da comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), justificou a abertura da votação antes das sabatinas por um pedido feito pela senadora Soraya Thronicke (PSL-MS). "Quem não se sentisse à vontade, deveria esperar a sabatina para poder a partir daí emitir o seu juízo", afirmou.

A reação de Kátia Abreu ocorreu após a senadora não ficar satisfeita com a sabatina do diplomata Fabio Mendes Marzano, indicado para a Delegação Permanente do Brasil em Genebra. Marzano se recusou a comentar os termos do acordo entre Mercosul e União Europeia, travado em função da pressão de outros países sobre a crise ambiental no Brasil.

O diplomata afirmou que a delegação para a qual foi indicado não participa das negociações comerciais, mas trata dos assuntos envolvendo direitos humanos e saúde. A senadora argumentou, por outro lado, que ele deveria se posicionar em função de ocupar atualmente uma secretaria do Itamaraty. "Se nem dessa forma ele pode dizer e comentar alguma coisa, o Itamaraty, decerto, está virando uma casa dos terrores, onde os embaixadores não podem abrir a boca e dar as suas opiniões. Eu sinto muito diante desse quadro, até próximo ao vexame."

As indicações ainda dependem do plenário do Senado, que deve realizar as votações ainda nesta semana.

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