Comissão de Ética pede mais explicações a Traumann sobre documento do 'caos político'

Documento revelado pelo 'Estado' faz duras críticas à comunicação do governo Dilma e levou à saída de jornalista da Secom

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira, 18, pedir mais esclarecimentos ao ex-ministro Thomas Traumann sobre documento da Secretaria de Comunicação Social (Secom) que apontava uma situação de "caos político" e "comunicação errática" no governo. O teor do documento interno foi revelado com exclusividade pelo portal www.estadao.com.br

Na reunião do mês passado, a comissão solicitou esclarecimentos à Secom sobre o texto. Antes disso, o colegiado já havia cobrado informações de Traumann.

Thomas Traumann em evento oficial do governo, no ano passado Foto: Dida Sampaio/Estadão - 27.11.2014

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"Ele (Traumann) mandou as informações, depois nós pedimos à Secom, a Secom deu outras informações, pedimos (agora) pra ele (Traumann) falar sobre as informações da Secom. É rechecar informações", disse o presidente da Comissão de Ética, Américo Lacombe. O jornalista terá um prazo de 10 dias para responder às novas dúvidas da comissão.

Em um procedimento incomum, a Comissão de Ética decidiu abrir processo contra o jornalista no dia 24 de março, cinco dias depois da reunião que havia ocorrido naquele mês. No dia seguinte à instauração do processo, Traumann pediu demissão à presidente Dilma Rousseff.

De acordo com Lacombe, o jornalista está colaborando com a atuação da comissão.

Goleada. Segundo o documento produzido pela Secom, os apoiadores da presidente estão levando uma "goleada" da oposição nas redes sociais. O texto aponta como saída o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada pelo petista Fernando Haddad e que virou o epicentro das manifestações anti-Dilma no dia 15 de março.

"A guerrilha política precisa ter munição de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele", afirma o documento.

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O Broadcast Político não obteve retorno do jornalista até a publicação deste texto. (Rafael Moraes Moura - rafael.moura@estadao.com)

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