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Comissão de Ética ouve Mário Frota sobre caso Jader

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), que prometeu chegar a Brasília na terça-feira, deverá depor dentro de três semanas na comissão de inquérito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, encarregada de analisar as denúncias relativas a seu envolvimento em casos de corrupção. Na próxima semana, a comissão deverá ouvir o deputado estadual Mário Frota, do Amazonas, que, segundo transcrição de uma fita publicada pela revista IstoÉ, Jader teria cobrado propina de R$ 5 milhões para liberar verbas de projetos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Na semana seguinte, também poderá ser feita uma acareação entre Frota e seu ex-assessor Nivaldo Marinho que, de acordo com o deputado estadual, teria forjado a gravação imitando sua voz na conversa com o empresário David Benayon. O cronograma de depoimentos foi sugerido ontem pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM), membro da comissão, e pode ser aprovado na terça-feira durante reunião da comissão, formada ainda por dois outros senadores, o corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), e João Alberto Souza (PMDB-MA). A comissão espera receber ainda a fita com o diálogo entre Frota e o empresário que já foi requisitada por Tuma. Na avaliação de Péres, a nota técnica, produzida pela 5ª Câmara de defesa do Patrimônio Público, é "categórica" a respeito da ligação de Jader no rombo no Banpará, calculado em R$ 39,2 milhões. "As conclusões dos procuradores dificultam ainda mais a situação do senador na Casa". Numa iniciativa para agilizar as investigações contra Jader, Péres enviará à Mesa do Senado, na próxima semana, requerimento de urgência para a votação, em plenário, solicitando ao Banco Central (BC) relatório que incrimina o presidente licenciado da Casa no esquema de desvio de recursos do Banpará. Com base no documento do BC, os três integrantes da comissão vão analisar a denúncia de que Jader mentiu a respeito de sua participação na fraude no Banpará. Ele ainda vai pedir a declaração de Jader enviada à Receita Federal para verificar a possibilidade de ele ter sonegado impostos na compra da fazenda Chão Preto. A fase de investigações no Senado foi iniciada ontem com a instalação da comissão, responsável pela análise das denúncias de que Jader quebrou o decoro parlamentar ao mentir sobre o caso Banpará e sobre o fato de ter sonegado impostos na aquisição da fazenda. Os três senadores, que produzirão um relatório que poderá recomendar a abertura de um processo de cassação do mandato Jader por falta ao decoro, também vão apurar a acusação de que ele teria recebido propina para liberar verba da Sudam. O parecer, que deverá ficar pronto em 30 dias, poderá propor a formalização de um processo contra Jader ou pedir o arquivamento das denúncias. O presidente do Conselho de Ética, Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), avalia que o plenário do Senado poderá julgar uma eventual representação por quebra de decoro contra Jader em três meses.

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