Começa julgamento de americanos acusados de espionagem no Irã

Grupo teria cruzado a fronteira com o Iraque por engano durante caminhada em 2009.

Por BBC Brasil
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Shane Bauer, Sarah Shourd e Josh Fattal foram presos em 2009 Começou neste domingo, em Teerã, o julgamento de três americanos acusados de espionagem e de entrar no Irã ilegalmente. Sarah Shourd, Shane Bauer e Josh Fattal foram presos em 2009 quando faziam uma caminhada perto da fronteira entre o Irã e o Iraque. Shourd era a única acusada que não estava no tribunal neste domingo, já que foi libertada em setembro por razões de saúde, após passar 410 dias presa. Ela voltou aos Estados Unidos após pagar de fiança de US$ 500 mil. Tensão Segundo a TV estatal, os dois americanos teriam se declarado inocentes no início do julgamento, que acontece em um momento tenso nas relações entre Estados Unidos e Irã, em parte por causa de disputas em torno do programa nuclear iraniano. As famílias dos acusados dizem que eles estavam fazendo uma caminha na região do Curdistão, no Iraque, quando foram presos e que se entraram em território iraniano, o fizeram acidentalmente. Os americanos foram originalmente acusados de cruzar a fronteira ilegalmente. A acusação de espionagem, que pode ser punida com sentença de morte, foi adicionada posteriormente. O governo dos Estados Unidos já declarou repetidas vezes que não há base para o julgamento e pediu a libertação de Bauer e Fattal. Intervenção brasileira Após ser libertada no ano passado, Sarah Shourd visitou o Brasil para agradecer ao governo pela intervenção em seu caso. No dia da libertação de Shourd, o chanceler Celso Amorim mandou um telegrama de agradecimento ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Segundo o ministro, a libertação da americana mostrou uma abertura do governo iraniano depois de um esforço conjunto de vários países. "Numa situação como essa, ninguém pode buscar crédito para si. O (então) presidente Lula conversou com o presidente Ahmadinejad de maneira muito respeitosa. Eu mandei também uma mensagem respeitosa, mas ao mesmo tempo manifestando o apreço (pelo fato) de que as ponderações do presidente Lula tenham sido ouvidas. Esperamos que ele (Ahmadinejad) possa tomar outras decisões soberanas no mesmo sentido." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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