Começa depoimento de Jader à Comissão de Ética

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Por Agencia Estado
Atualização:

Começou pouco depois das 10 horas o depoimento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) à Comissão do Conselho de Ética que apura denúncia de quebra de decoro parlamentar do presidente licenciado do Senado. O depoimento está sendo reservado, no gabinete particular do senador, com a presença exclusiva de senadores do Conselho de Ética e funcionários do Senado encarregados da gravação e taquigrafia do depoimento. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que coordena os trabalhos da comissão, encarregada da investigação preliminar, disse que o objetivo do depoimento é obter de Barbalho explicações sobre quatro operações feitas no Banco Itaú, na modalidade de aplicação em certificados de depósitos bancários. Segundo auditoria do Banco Central, o presidente licenciado do Senado teria complementado com cheques pessoais ou recebido resíduos dos rendimentos das aplicações feitas basicamente com recursos desviados do Banco do Estado do Pará (Banpará). Segundo Tuma, os documentos da auditoria do Banco Central, concluída em 1992, mostram a vinculação de Jader Barbalho aos desvios do Banpará e o presidente licenciado do Senado sempre negou essa vinculação. Tuma disse ainda que o ex-gerente do Banpará, Marcílio Gerreiro Figueiredo, incriminado pelos desvios, será ouvido em depoimento em Belém. Barbalho chegou ao Congresso sem falar com a imprensa. O senador Jefferson Peres (PDT-AM), um dos sub-relatores da comissão criada no âmbito do Conselho de Ética para investigar o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), disse que, após o depoimento de Jader, divulgará sua posição a respeito do senador paraense, dizendo se ele quebrou ou não o decoro parlamentar. "O depoimento de Jader será definitivo para comprovar a denúncia de que ele mentiu sobre os desvios de recursos do Banpará", afirmou Peres. "Será decisivo, e já terei a minha convicção". Outro sub-relator da comissão, o senador João Alberto (PMDB-MA), aliado de Jader na comissão, disse que ainda não está convencido do envolvimento do senador paraense nas fraudes do Banpará. João Alberto ressaltou que não é advogado de Jader, mas que não quer cometer uma injustiça. "Eu tenho me comportado como um juiz", observou, voltando a dizer que, em conversa por telefone com Jader, ontem, este lhe disse que vai "dinamitar" as denúncias feitas contra ele. A senadora Heloísa Helena (AL), também integrante do Conselho de Ética, disse que não tem dúvida sobre a participação de Jader da fraude mas, segundo ela, hoje será decisivo para comprovar que o presidente licenciado do Senado quebrou ou não o decoro, ou seja, se mentiu ou não a respeito das acusações contra ele. O senador Waldeck Ornélas (BA), que está assistindo ao depoimento de Jader em nome do PFL, disse que está convicto de que o senador paraense é culpado e pediu a renúncia dele da presidência do Senado.

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