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Começa a campanha que elegerá 5.563 prefeitos

Por Agencia Estado
Atualização:

Começa hoje oficialmente a campanha que elegerá, em outubro, os prefeitos e vereadores dos 5.563 municípios do País. A partir desta terça-feira, a campanha eleitoral está liberada para os mais de 400 mil candidatos que vão disputar cerca de 68 mil cargos: 51. 749 cadeiras de vereadores e 11.126 postos de prefeito e vice. Apesar do corte de 8.527 vereadores, a socióloga Fátima Pacheco Jordão, especialista em pesquisas eleitorais, acha que esta será a campanha mais confusa de todas. "Será um grande caleidoscópio político", define Fátima, comparando o tubo metálico de fragmentos coloridos com as divisões e alianças inéditas ocorridas no País: o "divórcio" político entre Tasso Jereissati e Ciro Gomes no Ceará, o racha entre os evangélicos no Rio e as associações mais estranhas, como a da ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) com o quercismo em São Paulo. "Não há mais alicerces e referências tradicionais e o eleitor, mais cético, já percebeu que se trata de um caleidoscópio: você dá uma mexida e muda tudo", compara a socióloga. "Por isso, vai ligar pouco para partidos, desconfiar muito das promessas e votar apenas no candidato e nas propostas que julgar viáveis para sua cidade." Em São Paulo, além da aliança de Erundina com o PMDB do ex-governador Orestes Quércia, a campanha terá comunistas do PPS e liberais do PFL aliados na coligação de José Serra (PSDB) e ainda os evangélicos do PL com a tropa de choque do PTB ao lado da prefeita Marta Suplicy (PT). Essas composições, no entanto, não serão o maior problema dos candidatos. "O eleitor sempre entendeu que as alianças são de conveniência", explica Fátima. O grande desafio para os candidatos, avalia a especialista, será convencer o eleitor de que suas propostas são viáveis. "Antes era fácil inventar um fura-fila e vendê-lo como um sabonete em três minutos do horário eleitoral", observa, lembrando uma das bandeiras da campanha de Celso Pitta à Prefeitura de São Paulo, em 1996. "Agora não será mais assim. Os candidatos terão de mostrar como farão e de onde tirarão os recursos." Apesar da permissão legal, o início oficial da campanha em São Paulo não terá grandes mobilizações. Apenas Marta Suplicy (PT) e Paulo Pereira da Silva (PDT) programaram atividades coletivas. A campanha paulistana será aberta com uma reunião, às 5h30, entre o sindicalista Paulinho e alguns operários no Palácio do Trabalhador, na Liberdade. Pouco depois, às 10 horas, a candidata do PT faz uma caminhada, no centro da cidade. Os militantes estarão munidos de bandeirinhas vermelhas e acompanharão a prefeita do Teatro Municipal até a famosa esquina entre as avenidas Ipiranga e São João. Já o candidato Paulo Maluf (PP) abrirá a campanha de forma mais discreta. Ele tem encontro com o arcebispo da diocese de São Paulo, D. Cláudio Hummes. Segundo assessores, Maluf vai em busca de "sugestões para a área social" a serem incluídas em seu plano de governo. Será sua única atividade no dia. Mais discreta ainda será a estréia de Serra e Erundina, que estarão em Brasília. O candidato tucano, como presidente nacional do PSDB, participa da reunião da executiva nacional. A abertura oficial da campanha tucana ficou para amanhã, quando Serra fará uma caminhada pelo centro. Já Erundina, deputada, participa da convocação extraordinária do Congresso até sexta-feira, e só deve assumir a campanha no fim de semana. Silvio Bressan, Conrado Corsalette, Mariana Caetano e Simone Harnik

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