A proximidade do fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid com as manifestações de rua convocadas por opositores ao governo pode ser “explosiva” para o presidente Jair Bolsonaro. É o que avalia a colunista Eliane Cantanhêde no novo episódio de Por Dentro da CPI.
"O fim da CPI pode se confundir com manifestações de rua contra o presidente Jair Bolsonaro, logo, é uma união explosiva contra o presidente e o governo", diz a colunista do Estadão.
Antes disso, no entanto, após uma semana “fora do ar”, a CPI “volta com tudo” na próxima semana com foco nos lobistas da vacina e suas “negociatas muito mal contadas”.
O primeiro a ser ouvido, na terça-feira, 14, será o empresário Marco Tolentino, apontado pela comissão como “sócio oculto da FIB Bank”, empresa que ofereceu garantia financeira de R$ 80,7 milhões em um contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde.
Na quarta-feira, 15, o advogado Marconny Albernaz é aguardado para depor. Segundo Eliane, ele é “um personagem-chave” para as investigações por conta de seu encontro com outro lobista, José Ricardo Santana, na casa da advogada do presidente Bolsonaro, Karina Kufa. “Os dois juntos fizeram uma espécie de manual de como fraudar licitações no Ministério da Saúde”, lembra a jornalista.
Tanto Tolentino quanto Albernaz já usaram atestados médicos para não comparecer diante dos senadores da CPI.
Na quinta-feira, 16, a previsão é que o diretor da Precisa, Danilo Trento, fale à comissão.Segundo relatório doConselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ele fez movimentações de valores incompatíveis com o seu faturamento mensal e de sua empresa, chegando a receber R$ 2 milhões mensais. “Tudo muito estranho”, avalia Eliane.
O depoimento da próxima sexta-feira, 17, ainda é incerto, mas o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), “insiste muito” para que seja a advogada Karina Kufa que, nas palavras de Eliane, “faz festinhas reunindo lobistas que têm negócios com o governo federal”.