Combate Alckmin-Kassab 'tempera' campanha em SP

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O embate político entre tradicionais aliados continua apimentando a campanha municipal na cidade de São Paulo. Com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato da Coligação São Paulo, na Melhor Direção (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC), e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato da Coligação São Paulo no Rumo Certo (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) à reeleição, em lados opostos, os partidos disputam, antes da Prefeitura, o apoio do alto escalão tucano. A candidata Marta Suplicy (PT), concorrente pela Coligação Uma Nova Atitude para São Paulo (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB), disputa com Alckmin a liderança das pesquisas de intenção de voto. Pelo PP, o candidato Paulo Maluf faz nas primeiras semanas de campanha corpo-a-corpo e lembra o eleitor das obras que fez e pretende fazer na capital paulista. Kassab tomou a dianteira na disputa por aliados e convocou, na segunda semana do período eleitoral, a equipe de subprefeitos e secretários - formada, em grande parte, por tucanos - para uma reunião. No encontro, orientou quem quisesse participar da formulação do plano de governo e recebeu o apoio de tucanos como os secretários de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, e de Esportes, Walter Feldman. A resposta do PSDB veio no mesmo dia, em e-mails endereçados a cada um dos cerca de 10 mil filiados na capital, cobrando apoio aos candidatos da legenda, sob a ameaça de mandar infiéis ao Conselho de Ética da sigla. Duas representações contra "tucanos kassabistas" serão analisadas na segunda-feira pelo Diretório Municipal do PSDB. Esforços Correndo por fora, Marta não mede esforços para reconquistar o eleitorado que a elegeu prefeita em 2000, o que daria fôlego ao PT na cidade na eleição presidencial de 2010. Em um dia, fez cinco visitas a comunidades da periferia do município. Ela foi a primeira a unir as principais centrais sindicais em torno da candidatura, com o apoio da Força Sindical, ligada ao PDT do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, suspeito de integrar um esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e que enfrenta um processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. O apoio do PT é visto como essencial para livrá-lo de uma eventual cassação. Enquanto isso, Maluf tenta manter o voto do fiel eleitorado, em caminhadas quase diárias por ruas de comércio de São Paulo. Promete, mais uma vez, ?fazer a administração? da vida dele. Propõe construir uma freeway sobre os Rios Pinheiros e Tietê para ?resolver? a questão de trânsito. Maluf enfrenta uma tentativa de impugnar a candidatura, encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelo PPS, partido da candidata Sonia Francine, a Soninha. Ele foi notificado na quarta-feira e tem sete dias para apresentar a defesa. A vereadora Soninha, por enquanto, trabalha mais no plano de governo - aberto a contribuições pela internet - do que no corpo-a-corpo com os paulistanos. Com 1% de intenções de voto, ela tenta firmar-se como a "candidata da juventude e do meio ambiente" - como mostram as viagens de bicicleta pela cidade. Os candidatos conhecidos como ?nanicos? batalham pelos votos dos dissidentes dos grandes partidos. Edmilson Costa (PCB), Renato Reichmann (PMN) e Ciro Moura (PTC) priorizam reuniões com os militantes e, aos poucos, começam a dar as caras nas ruas de São Paulo. Ivan Valente, do PSOL, questiona o financiamento de campanha dos principais candidatos. Levy Fidélix, do PRTB, apregoa o "aerotrem" como solução para o trânsito, enquanto Anaí Caproni, candidata do PCO e integrante do comando da greve dos Correios, por enquanto, passa mais tempo nas atividades do sindicato do que nas de campanha.

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