SANTANA DO LIVRAMENTO (RS) - O primeiro dia da etapa gaúcha da Caravana Lula pelo Brasil foi marcado nesta segunda-feira, 19, pelo clima de tensão entre manifestantes e apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Houve protestos contra a presença do petista em Bagé e em Santana do Livramento.
Com cavalos, tratores e “pixulecos” – bonecos que retratam Lula vestido de presidiário – e cartazes de “Lula Ladrão”, produtores rurais e empresários de Bagé se concentraram a poucos metros dos militantes petistas que foram até a entrada da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) para assistir ao discurso do ex-presidente. Os dois grupos foram separados por um cordão de isolamento feito por policiais.
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Sobre o protesto, Lula afirmou que “a direita fascista deveria ter vindo protestar quando criei a Unipampa, porque a elite nunca quis que o pobre tivesse acesso à universidade”. A Universidade Federal do Pampa foi criada sob sua gestão.
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O organizador do protesto e presidente da Associação Rural de Bagé, Rodrigo Moglia, rebateu Lula e afirmou que hoje quem discorda da esquerda é tachado de “direita fascista”. Moglia disse que a manifestação foi motivada pela presença do ex-presidente em uma universidade pública para realização de um ato de campanha eleitoral. “É uma afronta à lei. Protestamos para que a justiça se faça cumprir e prenda este condenado. Qualquer outro cidadão brasileiro que não disponha de bancas caríssimas de advogados, já estaria preso”, afirmou.
Manifestantes e apoiadores de Lula entraram em confronto em pelo menos dois momentos. Em um deles, militantes vestindo camisetas vermelhas tentaram rasgar cartazes que pediam a prisão do petista e exigiam a retirada do grupo que fazia a manifestação.