O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teve nesta terça-feira, 30, o seu pior dia político desde o início da crise na Casa. O DEM, o PSDB e o PDT pediram formalmente, depois de reunirem suas bancadas, o seu afastamento do comando da instituição até a conclusão das investigações, o PSOL entrou com representação no Conselho de Ética contra ele e senadores e líderes discursaram no plenário pedindo sua saída temporária.
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Além disso, foi procurado pelo PSDB com uma alternativa de criação de uma comissão com todos os poderes de realizar mudanças na Casa em troca de não pedir o seu afastamento da presidência. O presidente ficaria em uma posição de "rainha da Inglaterra", mantendo-se no cargo, mas sem poderes efetivos para resolver a crise. Sarney não aceitou. A pressão também partiu da família de Sarney para que ele deixe o comando do Senado.
No plenário, Sarney esteve apenas pela manhã, presidindo sessão solene em comemoração ao 50º aniversário da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, enquanto os partidos decidiam o rompimento com o presidente da Casa. À tarde, quando a pressão aumentou, Sarney ficou em seu gabinete. Durante todo o dia, surgiram rumores de que Sarney se afastaria temporariamente ou até mesmo renunciaria ao cargo. Aliados de Sarney comentam que ele ainda tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o que lhe garante uma maioria para permanecer no cargo. A bancada do PT vai se reunir hoje a noite para tomar uma posição formal.