Com o MST, Marina vive dia de pré-candidata

Diante de 3 mil militantes, a ex-ministra defendeu preocupação ambiental com o planeta

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Por Isabel Sobral e BRASÍLIA
Atualização:

Embora mantenha o suspense sobre o convite para entrar no PV e sair candidata à presidência da República em 2010, a senadora Marina Silva (PT-AC) viveu ontem algumas horas de pré-candidata. No meio de um acampamento de quase três mil integrantes do Movimento Sem-Terra (MST), vindos de 24 estados do País e reunidos em Brasília desde o início da semana, Marina fez palestra sobre as mudanças climáticas no mundo e aproveitou para pregar outras mudanças, como a do modelo de desenvolvimento econômico. Aplaudida de pé pela plateia ao término de sua palestra, a senadora voltou a dizer que ainda não se decidiu sobre a mudança de partido, mas que pretende se definir em breve. "Não coloquei prazo, nem dia, mas não quero prolongar esse anúncio para não transformar isso numa novela em respeito ao PT, ao PV e a mim mesma", disse a ex-ministra do Meio Ambiente logo após deixar o local do evento. Marina minimizou o entusiasmo dos vários militantes do MST, com os quais posou para fotos e deu autógrafos, afirmando que sua participação no evento já estava marcada há muito tempo. "Isso aqui não tem nada a ver com campanha eleitoral, sempre que ando pelo País as pessoas me tratam com muito carinho e aqui não aconteceu nada diferente", afirmou. Ela disse que está avaliando o convite do PV a partir do compromisso assumido pelos dirigentes do partido de que haverá alterações programáticas para reforçar a luta pela questão ambiental como fundamental. CONCORRÊNCIA Questionada sobre a possibilidade de uma eventual candidatura sua tirar votos da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que é a preferida do presidente Lula para ser candidata pelo PT, Marina afirmou que a luta ambiental não atrapalha ninguém. "O voto é do cidadão e é a nossa visão patrimonialista que acha que o voto é de alguém." A senadora afirmou que aceitou pensar no convite do PV condicionado a que isso não esteja atrelado às pesquisas de intenção de votos e nem a uma candidatura ao Planalto a priori. "Não se muda de partido para ser candidato, o que deve nos mover é o compromisso programático." Nas entrelinhas do discurso cauteloso, deixou escapar pistas de suas intenções. Ao lembrar que atua na defesa do meio ambiente há mais de 30 anos pelo PT, ela declarou achar que está na hora de "as boas ideias e experiências desse período se tornarem políticas amplas que tenham escala na magnitude do Brasil". E completou: "Estamos diante de uma esquina ética, ou não nos importamos com a possibilidade de inviabilizar a vida na terra ou começamos a fazer as mudanças agora."

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