
10 de junho de 2011 | 05h09
Após a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff tenta trazer para si a responsabilidade pela articulação política no governo, opina reportagem da revista The Economist publicada nesta quinta-feira.
Com a nomeação de Gleisi Hoffmann para o cargo deixado por Palocci, "a conclusão é que Dilma deveria começar a agir mais (como seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva)", diz a reportagem.
"O melhor conselho que ele (Lula) poderia dar a outros líderes, declarou ele à Economist em setembro passado, era o de não terceirizar a política. 'Quem quer que seja eleito, deve fazer (a articulação) política', disse. 'Se mandar um procurador em seu lugar, não vai funcionar.' Parece que Dilma aceitou o conselho. Ela agora tem que mostrar que pode ser sua própria executora política."
A revista avalia que a escolha de Gleisi como ministra-chefe da Casa Civil é "uma corajosa, mas arriscada tentativa (de Dilma) recuperar sua iniciativa política".
"Ao contrário de Palocci, que tinha laços próximos com Lula, Gleisi deve lealdade a ninguém a não ser à própria presidente", diz a Economist.
A reportagem também diz que a saída de Palocci - que renunciou após reportagem mostrar uma grande evolução em seu patrimônio nos últimos quatro anos -, menos de seis meses desde o início do governo, foi um revés para Dilma.
Mas agrega que, enquanto ministro, Palocci "deixara de ser um ativo e se tornara uma responsabilidade" com a qual a presidente teve de lidar.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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