Com Europa à espera de ajuda, Dilma chega a Cannes

Países da zona do euro esperam convencer grandes emergentes a ajudá-los durante a reunião.

Por Rogerio Wasserman
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A presidente Dilma Rousseff chegou na tarde desta terça-feira a Cannes, na França, onde participa, na quinta e na sexta-feira, da reunião anual de cúpula do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. A expectativa é a de que a agenda da reunião seja dominada pelas discussões a respeito da crise das dívidas nos países da zona do euro. O Brasil, que na reunião de cúpula do ano passado, em Seul, na Coreia do Sul, havia levantado a questão da chamada "guerra cambial", que se tornou o ponto central daquela reunião, chega desta a vez a Cannes na posição de um dos "objetos do desejo" dos países europeus. Os países europeus desejam que os grandes países emergentes, como a China e, em menor extensão, o Brasil, se comprometam com uma ajuda aos países europeus que enfrentam dificuldades para rolar suas dívidas. O principal meio de ajuda seria pela compra de títulos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, criado para ajudar os países da região em dificuldades e cuja expansão foi anunciada após um encontro de líderes europeus na semana passada. Apesar disso, fontes dos governos dos países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) já afirmaram que estão dispostos a ajudar, mas que preferem que o caminho para essa ajuda seja através do FMI (Fundo Monetário Internacional). Investimento e emprego Na segunda-feira, antes de embarcar para a França, Dilma afirmou em um discurso para empresários, em São Paulo, que a posição que o Brasil levará à reunião é a de que "o G20 deve agir, propondo medidas financeiras emergenciais e também um plano de sustentação do investimento e do emprego". No início do mês, durante a cúpula União Europeia-Brasil, em Bruxelas, Dilma já havia defendido posição parecida, afirmando que "a história mostra que só seremos capazes de sair da crise com medidas de estímulo ao crescimento econômico somadas a políticas de estabilidade macroeconômicas, assim como políticas sociais, de criação de empregos e de crescimento". Dilma chegou à França acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do chanceler Antonio Patriota e da secretária de Comunicação Social, Helena Chagas. A agenda oficial da presidente em Cannes tem início somente nesta quarta-feira, quando ela deve manter encontros bilaterais com outros chefes de Estado também presentes na cúpula. Existe a possibilidade ainda de uma reunião, não confirmada, entre os líderes dos Brics para a discussão de uma agenda comum durante a cúpula, a partir de quinta-feira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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