PUBLICIDADE

Com apoio, tucano tenta mostrar que ainda está ''vivo'' e tem planos políticos

Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

Partiu do próprio candidato derrotado do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, a iniciativa de aparecer em público ontem com o ex-adversário, o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM). A agenda conjunta foi fechada na véspera e comunicada a integrantes do PSDB pelo próprio Alckmin. Derrotado nas urnas em campanha na qual em momento algum o PSDB esteve unido, Alckmin avaliou, segundo interlocutores, que apenas acatar a decisão de seu partido de apoiar no segundo turno o aliado histórico, DEM, seria pouco. Depois de digerir o resultado negativo das urnas por oito dias, e de conversar com integrantes do PSDB e do próprio DEM, o ex-governador paulista decidiu, então, participar de uma atividade de campanha com o prefeito. Na avaliação de interlocutores do ex-governador, foi um gesto de que o tucano continua na política, onde ainda mantém projetos pessoais, e dentro do PSDB, apesar de especulações de que abandonado pelo partido na campanha municipal poderia mudar de legenda. "Foi um sinal claro de que ele não abandonou a política nem o partido", confirmou um dos aliados de Alckmin. Entre os projetos políticos de Alckmin está o Palácio dos Bandeirantes, que já ocupou primeiro como vice do já falecido governador Mário Covas (PSDB) e depois como titular do cargo. A aparição de Alckmin com Kassab ontem foi vista com alívio por tucanos. Apesar de não ser do estilo do ex-governador "sair atirando" havia uma expectativa de que ele pudesse dar declarações "cheias de mágoas e ressentimentos". Antecessor de Kassab na prefeitura paulistana, o governador José Serra (PSDB) sempre defendeu a aliança entre os dois partidos nesta corrida municipal. Por considerar que o democrata foi fiel aos seus projetos, Serra argumentava que os tucanos poderiam ser vices do atual prefeito. Mais do que isso o ex-governador mirava a manutenção da aliança das duas legendas com vistas a 2010. Serra é tido como o principal nome do tucanato para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alckmin sabe que para se manter firme na política - onde saiu desta eleição menor do que entrou, segundo os próprios tucanos -, terá de agir com cautela e convencer Serra a apoiá-lo na disputa ao governo daqui a dois anos. Nos bastidores do partido os nomes do vice-governador, Alberto Goldman, e do secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, são tidos como os preferidos por Serra para sua sucessão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.