Com apoio do ''blocão'', Temer segue como favorito

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Por Denise Madueño
Atualização:

O apoio de 14 partidos, reafirmado ontem com a criação de um bloco parlamentar com 426 deputados, levou o candidato à presidência da Câmara Michel Temer (PMDB-SP) a se consolidar como favorito para a sucessão de Arlindo Chinaglia (PT-SP). A eleição será na segunda-feira, com outros três candidatos na disputa: Aldo Rebelo (PC do B-SP), Ciro Nogueira (PP-PI) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). "Prevejo o dia 2 com vitória, mas vou aguardar", disse Temer ao lado de representantes dos 14 partidos. A criação do bloco foi mais um movimento para mostrar força política. Ele concentra 83% do total de deputados da Casa, mas o número não significa votos. Os outros candidatos apostam na dissidência, que poderá levar a eleição para o segundo turno. Para adversários de Temer, o apoio institucional dos partidos faz do candidato o favorito, mas não decide a eleição. Aldo, Nogueira e Serraglio continuam em campanha procurando falar com cada um dos deputados. "Eu também posso dizer que prevejo vitória no dia 2", reagiu Serraglio. Ele se diz convicto de que a eleição será decidida em dois turnos. Ontem, Temer subestimou os efeitos das traições, que se tornaram habituais nas votações secretas no Congresso. "Nossos colegas são sérios. Tenho absoluta convicção do risco zero (de traição)", disse Temer. "Se tiver, será a meu favor", completou, provocando risos. Na conta dos aliados de Temer, a disputa se encerrará no primeiro turno com mais de 350 votos para o candidato. O apoio dos 14 partidos foi resultado de articulação que envolveu a distribuição dos demais cargos na Mesa. A formação do bloco, no entanto, libera todos os deputados das 14 legendas para disputar cargos da Mesa. Isso significa que o cargo que foi, por exemplo, destinado ao PTB na chapa articulada por Temer poderá ter na disputa deputados de outras legendas. É o que pretende fazer a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), que está em campanha para a quarta-secretaria. O blocão poderá ocupar 10 dos 11 cargos (7 titulares e 4 suplências). O PT ficará com dois: a primeira-vice-presidência e a terceira-secretaria. O DEM, com a segunda-vice-presidência. No acordo, coube ao PSDB a primeira-secretaria, ao PR a segunda-secretaria e ao PTB a quarta-secretaria. As suplências devem ser ocupadas por deputados de PV, PDT e PPS. Um dos trabalhos dos líderes partidários até segunda será garantir que os indicados oficiais tenham votos para se eleger. Formam o blocão PMDB, PT, PSDB, DEM, PPS, PTB, PR, PDT, PV, PSC, PRB, PHS, PTC e PT do B.

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