O ex-senador da Colômbia Otto Nicolás Bula foi preso no país por suspeita de receber suborno da Odebrecht, informou ontem o Ministério Público colombiano. Bula, do governista Partido Liberal, foi detido anteontem e será acusado pelos crimes de suborno e enriquecimento ilícito, segundo o MP local.
A detenção de Bula é a segunda que acontece na Colômbia por causa de corrupção em contratos com a empreiteira brasileira. O ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi preso na quinta-feira passada. Ele é suspeito de facilitar o acesso da Odebrecht à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe.
Segundo documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht admitiu, em acordo bilionário de leniência, o pagamento de US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina – incluindo o Brasil – e da África desde 2001. Na Colômbia, cerca de US$ 11 milhões de propina teriam sido pagos a autoridades do país entre 2009 e 2014.
Andrés Pastrana, ex-presidente da Colômbia, publicou em sua conta no Twitter um pedido para que o atual presidente do país, Juan Manuel Santos, cancele todos os contratos do governo colombiano com a Odebrecht. Pastrana, que presidiu a Colômbia entre 1998 e 2002, escreveu na noite de sábado: “presidente @JuanManSantos: cancele todos os contratos da Odebrecht. É imoral investigá-la em uns para premiá-la em outros”.
A divulgação dos documentos americanos levaram à abertura de novas investigações em vários países que mantinham negócios com a empreiteira brasileira. A Odebrecht já fechou acordos com o Ministério Público do Panamá e do Peru se comprometendo a devolver recursos e colaborar com as investigações.