Colômbia abre nova investigação sobre contrato com a Odebrecht

Obra de navegabilidade do Rio Magdalena não está entre as relacionadas pela construtora em acordo de leniência

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Por Redação
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Em acordo de leniência, Odebrecht admitiu ter pago propina em doze países Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Futura Press

BOGOTÁ - A Procuradoria-Geral da Colômbia abriu nesta sexta-feira, 27, nova investigação por irregularidades na licitação e concessão do contrato para recuperar a navegabilidade do Rio Magdalena, o principal do país, ao consórcio Navelena, liderado pela companhia brasileira Odebrecht.

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"Nesta semana se ordenou a abertura de uma nova investigação em outra fase que tem a ver com a concessão e o processo de licitação do contrato do Rio Magdalena", manifestou em uma declaração a jornalistas o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez.

O procurador detalhou que o contrato para a navegabilidade do Rio Magdalena foi concedido em 2014 pela Corporação Autônoma Regional do Rio Grande de Magdalena (Cormagdalena), um ente autônomo no qual tem assento representantes do governo nacional, com caráter minoritário, governadores, prefeitos e outras entidades.

"Chegaram à Procuradoria evidências, que estamos avaliando neste momento, que sugerem ter ocorrido uma conduta contrária às regras de contratação pública", disse Martínez.

O procurador reconheceu que inicialmente e com informações concedidas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos não foram encontradas ainda evidências de corrupção neste contrato.

"No entanto, as evidências que a Procuradoria tem tido durante as investigações conduziram a abertura de uma nova fase", disse o promotor.

Segundo Martínez, após novas diligências de inspeções e entrevistas, haverá na próxima semana "interrogatórios para vincular formalmente a outras investigações feitas pela entidade".

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Em agosto de 2014, o governo colombiano concedeu ao consórcio Navelena, liderado pela Odebrecht, os trabalhos para recuperar em um prazo de 13,5 anos a navegabilidade em um trecho do Rio Magdalena. O projeto, com um custo estimado de 2,5 bilhões de pesos (US$ 850 milhões), previa a intervenção no rio entre o Puerto Salgar e Barranquilla.

Esta investigação é distinta das realizadas pela Procuradoria-Geral colombiana, que suspeita de irregularidades em outros contratos da Odebrecht.

Segundo documentos publicados em 21 de dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht admitiu ter pago aproximadamente US$ 788 milhões em subornos em doze países da América Latina e África, entre eles a Colômbia, onde entregou mais de US$ 11 milhões entre 2009 e 2014.

Em 12 de janeiro, as autoridades colombianas detiveram a Gabriel García Morales, vice-ministro de Transportes durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, por suposta implicação no caso. /EFE

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