Collor vai para o PTB de Jefferson e admite que errou

Senador sai do PRTB, que o elegeu, e diz que cometeu ´um erro muito grande´ quando foi Presidente da República ao não dar tratamento devido ao Congresso

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente e agora senador Fernando Collor de Mello (ex-PRTB) se filiou nesta sexta-feira ao PTB. A filiação contou com a presença do presidente do partido, Roberto Jefferson, que teve o mandato cassado em 2005 logo após denunciar o esquema do mensalão. O nome de Jefferson passou a ser conhecido nacionalmente durante o processo de impeachment de Collor. À época, atuou como militante da "tropa de choque" de deputados que tentavam defender o então presidente. Collor durante a filiação reconheceu que cometeu "um erro muito grande" quando foi Presidente da República, ao não dar o tratamento devido ao Congresso Nacional. Collor disse que os seus então aliados, os deputados do PFL, Luiz Eduardo Magalhães (BA) e Ricardo Fiuza (PE), ambos mortos, sempre cobraram dele uma atitude diferente na relação com o Congresso, mas na época preferia atuar como um presidente administrativo. "Eu dedicava 80% do meu tempo à administração e apenas 20% à política, quando o chefe do governo no sistema presidencialista, ou seja, o chefe político da nação, tem de ter uma interlocução fluida com o Congresso Nacional, para assegurar uma base de sustentação que lhe permita governar", afirmou Collor. O ex-presidente, voltou a afirmar que até o final de março vai apresentar uma proposta de reforma partidária, contendo entre outras mudanças a adoção do regime parlamentarista de governo, a fidelidade partidária, financiamento público de campanha e a não obrigatoriedade do voto. Sobre a sua chegada ao Senado, avaliou que a receptividade dos colegas se deve mais ao respeito pelos eleitores de Alagoas do que pela sua figura. Mas reiterou que isso não refletirá no seu mandato, mesmo tendo de conviver com 18 parlamentares que decidiram pelo seu afastamento da presidência. "Quem não sabe virar a página, não merece ler o livro e eu tenho o desejo de terminar de ler esse livro", alegou. "As questões do passado lá estão, tiramos grandes experiências com base no sofrimento, agora quero somar essa experiência para que possamos trabalhar pelo bem do Brasil e da população". Este texto foi ampliado às 18h42

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