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Collor tenta entrar para o PTB

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente Fernando Collor de Mello articula sua saída do nanico PRTB e está de olho no PTB para disputar uma vaga de senador na eleição do próximo ano. O primeiro passo das negociações para a entrada de Collor no PTB, que recentemente declarou apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PPS) para a sucessão de 2002, foi dado pelo ex-dirigente do PRTB em Alagoas, o presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Antônio Albuquerque. Aliado do ex-presidente, o parlamentar já assinou sua ficha de filiação ao PTB. O ingresso de Collor - que tem estreita ligação com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e com o presidente nacional do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR) -, no PTB, esbarra, no entanto, na aliança para 2002 fechada com o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes, um dos candidatos da oposição para a eleição presidencial. ?Não há coerência política em abrigar Collor no PTB no momento em que a legenda fechou parceria com o PPS?, declarou o senador Arlindo Porto (MG). Para ele, seria estranho ver no mesmo palanque eleitoral Ciro Gomes e Collor, que deixou a Presidência em 1992 em meio a denúncias de corrupção. Segundo ele, as conversas com Collor devem estar ocorrendo de forma ?isolada?. ?Entendo que o PTB deve tratar a questão para avaliar a conveniência da entrada do ex-presidente ao partido, porque ele não é qualquer eleitor?, completou. ?Afinal, ele já disputou eleição, foi presidente da República e, além disso, sofreu impeachment?, disse ele, contrário à filiação do ex-presidente. Em Alagoas, a movimentação do grupo de Collor em direção ao PTB provocou alguns problemas regionais e gerou baixas no partido. O deputado João Caldas, ex-PTB, saiu da sigla, alegando incompatibilidade com Antônio Albuquerque e filiou-se ao PL. ?Entrei no PTB com o compromisso de garantir o crescimento da legenda, mas fui atropelado por essa articulação?, declarou Caldas. O parlamentar, ex-PST, onde permaneceu apenas uma semana, ficou somente 30 dias no PTB. Martinez disse que não há nenhuma possibilidade de Collor ingressar na legenda. Já Roberto Jefferson, que foi da tropa de choque do ex-presidente durante a CPI do Impachment, disse que seria uma ?honra? abrir espaço para a entrada de Collor no PTB. Collor quer filiar-se ao PTB, já que sua legenda não tem tempo no programa de rádio e televisão. Na eleição municipal do ano passado, Collor ensaiou participar da corrida para a prefeitura de São Paulo, mas sua candidatura foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O STF entendeu que Collor não poderia disputar a eleição, porque a pena de inelegibilidade em razão do processo de impeachment aprovado pelo Congresso em 1992 teria de ser aplicada até dezembro de 2000. As negociações envolvendo Collor e o PTB revelam que a temporada de mudança de partido já começou. No Senado, o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra saiu do PMDB rumo ao PTB para disputar o governo do Rio Grande do Norte, e Juvêncio da Fonseca (MS) deixou o PFL para se filiar ao PMDB. Adversário do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), negocia com o PMDB. O peemedebista Gerson Camata (PMDB-ES) pode sair do partido juntamente com sua mulher, a deputada Rita Camata (PMDB-ES), e ingressar no PPS. Rita Camata já foi sondada pelo PT. O senador disse que em dez dias vai decidir o seu destino partidário. Os irmãos Álvaro Dias (PSDB-PR) e Osmar Dias (sem partido-PR), que enfrentaram um desgaste político no PSDB depois da apresentação do pedido de expulsão, estão tratando de buscar novo abrigo. Enquanto Álvaro Dias articula com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), a viabilidade de entrar no PMDB para disputar o governo do Paraná no próximo ano, Osmar Dias, que já oficializou sua saída do PSDB, pode entrar no PT.

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