Collor admite que bloqueio de contas foi ´equívoco´

Ex-presidente e senador justificou, no entanto, a medida adotada no seu governo

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) admitiu que foi um "equívoco" o bloqueio dos depósitos bancários realizado em seu governo, mas alegou que naquela época havia razões para adotar a medida. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Segundo Collor, a medida foi tomada porque havia excesso de dinheiro em circulação, o que ameaçaria o congelamento de preços, pois os recursos disponíveis seriam direcionados para o consumo, gerando inflação de demanda. Ele também afirmou que "o presidencialismo é a carroça do sistema político em geral" ao defender a reforma política e a substituição deste sistema de governo pelo parlamentarismo. A declaração remete à figura que Collor usou enquanto estava na Presidência da República, quando afirmou que os automóveis nacionais eram carroças. Collor considerou o presidencialismo "fora de propósito, anacrônico e atrasado". Contradição Além da mudança no sistema político, Collor também defendeu a fidelidade partidária, apesar de ter trocado de legenda um dia após a posse como senador. "O fato de eu ter mudado de partido não significa ser contra a fidelidade partidária", esclareceu Collor, justificando a identificação com o PTB como um "resgate histórico" da ligação que seu avô, Lindolfo Collor, tinha com o trabalhismo. Além disso, Collor disse que foi eleito por um pequeno partido (PRTB), o que lhe imporia restrições na atividade parlamentar pela vigência da cláusula de barreira, que exige desempenho mínimo para acesso ao fundo partidário. Collor antecipou que apresentará projeto de reforma política em abril.

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