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Coaf detecta 'movimentação atípica' de 31 citados nos Panama Papers

Transações bancárias desses contribuintes caíram numa espécie de  'malha fina' do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Foto do author André Shalders
Por André Shalders e UOL
Atualização:

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras atípicas de pelo menos 31 pessoas e empresas mencionadas na série de reportagens dos Panama Papers.

Transações bancárias desses 31 contribuintes caíram numa espécie de “malha fina” do Coaf. Consideradas suspeitas, foram descritas em Relatórios de Inteligência Financeira (os chamados RIFs) e encaminhadas à Receita Federal, ao Ministério Público Federal, ao Banco Central e à Polícia Federal.

Receita Federal 

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O Coaf informou ainda que não conseguiu relacionar a nenhum CPF ou CNPJ os nomes de outras 26 pessoas e empresas citadas.

A série Panama Papers, que começou a ser publicada em abril, é uma iniciativa do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), organização sem fins lucrativos e com sede em Washington, nos Estados Unidos. Os dados foram obtidos pelo jornal Süddeutsche Zeitung. O material está em investigação há cerca de um ano. Participam desse trabalho com exclusividade no Brasil o Uol, o Estado e a RedeTV!.

No Brasil, os bancos são obrigados a informar ao Coaf sobre qualquer transação bancária de alto valor. Movimentações de quantias superiores a R$ 100 mil em dinheiro vivo também precisam ser relatadas, bem como operações que não condizem com o histórico dos clientes. A maioria não indica a existência de irregularidades. Mas algumas caem na “malha fina” e são checadas por técnicos do órgão.

O Coaf também realizou esse tipo de apuração após a publicação da série de reportagens SwissLeaks, baseada em informações do banco HSBC da Suíça. Na época, foram encontrados “indícios de ilícitos” relacionados a 50 dos 126 brasileiros cujos nomes foram divulgados na série.