CNJ: 12 mil telefones estão grampeados legalmente

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Por MARIÂNGELA GALLUCCI
Atualização:

O corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, anunciou hoje que existem atualmente no País pelo menos 12 mil telefones monitorados, de acordo com balanço do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número é bem inferior às cerca de 400 mil interceptações informadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos relativas ao ano passado. "Os números são infinitamente menores", afirmou Dipp. Os dados divulgados hoje por Dipp foram fornecidos pelas corregedorias que atuam nas Justiças Federal e Estaduais. Integrante do CNJ, Dipp ressaltou que o número de telefones monitorados atualmente, que é de 11.846, deve ser superior porque alguns tribunais de Justiça estaduais ainda não conseguiram encaminhar essa informação para o conselho. A divulgação de um balanço mensal das interceptações telefônicas foi definida em setembro pelo CNJ, quando surgiram suspeitas de excessos cometidos em quebras de sigilo. Segundo Dipp, a iniciativa do CNJ tem o objetivo de "dar uma resposta à sociedade sobre o que está ocorrendo, num momento de turbulência nacional, onde as próprias instituições não estão se entendendo na concepção de seus objetivos". Procurado para que comentasse esse estado de turbulência nacional, Dipp limitou-se a afirmar que basta ler os jornais das últimas semanas. Ele não quis fazer um diagnóstico sobre a diferença entre os números de interceptações informados pelas empresas de telefonia e os do Judiciário. "Nós desconhecemos a metodologia que foi empregada pelas diversas companhias telefônicas. Então não podemos nos manifestar sobre isso. Estamos divulgando aquilo que constam nos inquéritos judiciais e nas ações penais", comentou Dipp. "Não podemos comparar os dados oficiais da Justiça brasileira com outros dados de entidades que nós não conhecemos a metodologia."

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