CNBB prepara projeto para barrar candidatos condenados

PUBLICIDADE

Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou a coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que proíbe o registro de candidaturas de pessoas que tenham sido condenadas por crimes graves em primeira instância. Ou, no caso de parlamentares e outros com foro privilegiado, que já tenham sido denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta precisa da assinatura de, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco Estados, para ser apresentada ao Congresso e ser transformada em lei. "Algumas comunidades já iniciaram a coleta de assinatura, mas estamos pensando em uma data simbólica para uma grande coleta, talvez marcando o início da campanha eleitoral", disse o presidente da CNBB, d. Geraldo Lyrio Rocha. A proposta vem depois da derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da tese de proibição de registro de candidatura de pessoas com a ficha suja. A liberação dos candidatos que estão sendo processados venceu por três votos a quatro. A alegação dos ministros é que não existe nada na lei que permita o bloqueio das candidaturas. "Há uma lacuna na lei, por isso a nossa iniciativa de projeto de lei popular. Hoje o candidato a um concurso público precisa ter a ficha limpa, mas o candidato a uma eleição, não", disse o secretário-geral da CNBB, d. Dimas Lara Barbosa. "Se conseguirmos 1,5 milhão de assinaturas temos chance de dar a nossa contribuição para levar a uma reforma política." Na segunda-feira, d. Dimas e outros integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - da qual a CNBB faz parte - vão entregar o projeto ao presidente do TSE. Também há planos de uma audiência com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), para apresentar o projeto. Eleições municipais A CNBB se prepara também internamente para as eleições municipais. Na reunião do Conselho Permanente, essa semana, foi discutida também a participação de padres na política. Mais uma vez, a CNBB reiterou a norma da igreja católica que proíbe os padres de se candidatarem a cargos eletivos. "A isenção é que dá autoridade à igreja para denunciar com clareza o que se opõe ao projeto de Deus", justificou d. Geraldo. No entanto, um padre candidato não será excluído da igreja, ele apenas terá que deixar suas funções paroquiais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.