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CNBB defende Ficha Limpa e cita mensalão no DF

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Lyrio Rocha, disse hoje que as cenas e episódios do chamado "mensalão do DEM" expõem a fragilidade do sistema político nacional. "Um descrédito da classe política gera também um descrédito com relação à democracia. A crise vivida no Distrito Federal nos faz um apelo à urgência de uma reforma em profundidade, para que situações como essa não se repitam", disse. "Se nós tivéssemos alcançado os objetivos que desejamos de uma reforma política, que fosse a fundo, essas situações seriam certamente evitadas", emendou.D. Geraldo Lyrio Rocha afirmou que "vê com muita esperança" a proposta de iniciativa popular Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça. "O ponto que se chegou já nos traz muita satisfação, mesmo que tenha havido alguma modificação no texto original (do projeto de lei valer para condenações decididas por colegiado)", analisou. "Na substância estão sendo atingidos os objetivos propostos, e nós esperamos que essa proposta seja de fato aprovada para que possa ainda vigorar neste ano."Perguntado sobre a posição da CNBB quanto a uma possível intervenção no DF, disse que o tema exige reflexão "muito serena, profunda".Hoje a instituição apresentou um documento que trata da reforma política no País. Intitulado "Por uma reforma do Estado com participação democrática", o texto aponta soluções para a crise brasileira por meio da democracia participativa e de uma reforma das estruturas do poder.O documento sobre reforma política trata da revisão do modelo econômico brasileiro - "concentrador e excludente", nas palavras do presidente da CNBB -, ressalta a importância da ética no trabalho do agente político e defende a participação ativa dos cidadãos no processo democrático, por meio, por exemplo, de plebiscitos, conselhos paritários e acompanhamento da execução orçamentária.

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