03 de dezembro de 2010 | 13h39
"É evidente que houve, no período pré-eleitoral, facilidades que foram dadas de todas as ordens possíveis e imagináveis e a gente sabia que isso não tinha sustentabilidade. Aqueles que conhecem um pouquinho de economia sabiam que o que se estava fazendo era artificial e tinha como finalidade o processo eleitoral: garantir a vitória da candidata oficial", afirmou, durante inauguração do Orquidário Professora Ruth Cardoso, em São Paulo. O evento contou com presença do candidato derrotado à presidência, José Serra (PSDB), e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Goldman afirmou que o processo inflacionário é evidente e foi motivado pela "irresponsabilidade pré-eleitoral". "Para se ter uma ideia, aqui em São Paulo, no mês passado, o aumento do custo da cesta básica foi de 4,6% em apenas um mês. Tivemos a inflação prevista para o ano todo em novembro. Portanto, nós temos uma explosão inflacionária motivada pela irresponsabilidade pré-eleitoral. Agora, evidentemente, o governo vai ter de agir e todos nós vamos ter de pagar por isso", disse o governador.
Para Goldman, as medidas foram mais duras do que se esperava porque estão atrasadas. "Passadas as eleições, começa-se a tomar as medidas duras que têm de ser tomadas, mais duras agora porque não se teve responsabilidade antes."
Entre as medidas anunciadas hoje pelo Banco Central (BC) e pelo CMN estão o aumento da exigência de capital para operações de crédito com pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses; o aumento da exigência de capital em operações de financiamento ou leasing de veículos; e o aumento do depósito compulsório dos bancos (recursos que obrigatoriamente são depositados na autoridade monetária).
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