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Claudio Lembo recebe apoio da cúpula do PFL

O governador paulista reconheceu que, em momentos mais críticos da crise de segurança, sofreu deslealdade, mas preferiu não citar nomes

Por Agencia Estado
Atualização:

Em meio à crise de segurança que atinge o Estado de São Paulo, o governador paulista Claudio Lembo (PFL) recebeu, nesta segunda-feira, o apoio integral da cúpula pefelista. "A Direção Nacional do PFL veio trazer solidariedade total a São Paulo. O meu partido está comigo, é solidário e tem aquilo que deve haver sempre em política, que é a lealdade", disse Lembo, após o encontro. Questionado se havia sofrido alguma deslealdade nos momentos mais críticos da crise de segurança, na semana passada, Lembo reconheceu: "No mundo, sempre se sofre deslealdade." E, sem citar nomes ou partidos, continuou na crítica: "Quanto mais evoluído intelectualmente, mais a lealdade demora a chegar." E destacou que os bons amigos estiveram ao seu lado no episódio. "E, particularmente, tive o calor do povo", emendou. Apesar do desabafo, o governador paulista disse que as relações com o PSDB continuam "ótimas, solidárias e firmes". Indagado se poderia citar o nome dos que teriam faltado com a lealdade no momento em que mais precisava de apoio, Lembo foi irônico: "Posso citar muita gente, mas não gosto de listas." E continuou: "Felizmente, a semana passada já passou." Lembo recebeu, por cerca de duas horas, no Palácio dos Bandeirantes, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (PFL), o vice na chapa do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, senador José Jorge (PE), os senadores Heráclito Fortes (PFL-PI) e Marco Maciel (PFL-PE), e os deputados Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Vilmar Rocha (PFL-GO). Em rápida entrevista coletiva, concedida após o encontro, o governador disse que o diálogo com os tucanos está acertado, mas cutucou: "Nunca houve ausência de diálogo. Houve, talvez, ausência de mais diálogo." Para aparar as arestas com Lembo, o pré-candidato Geraldo Alckmin, esteve no domingo na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes para uma conversa, que durou cerca de 40 minutos. O governador classificou o encontro de "muito bom". O pefelista também recebeu a visita do pré-candidato do PSDB ao governo do Estado, José Serra, acompanhado do prefeito Kassab. "Foi um encontro excepcional. Serra é um grande quadro político e uma figura de grande respeito", elogiou Lembo. O governador comentou também sobre os elogios que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Gostei do elogio. Ele é meu amigo." No intuito de dizer que as relações com o tucano Geraldo Alckmin estão caminhando bem, Lembo afirmou: "Ele (Alckmin) é uma figura distinta, tipicamente paulista, do interior do Brasil." E finalizou a entrevista dizendo que não se sente abandonado, principalmente pela sua legenda. Bornhausen O presidente Jorge Bornhausen não quis entrar na polêmica sobre a divergência que ocorreu entre sua legenda e o PSDB. "Não viemos aqui tratar de assuntos políticos, mas trazer a nossa solidariedade ao governador, que soube atuar corretamente e manter São Paulo sem intervenção", destacou. E continuou: "Não há problemas na aliança nacional. Estamos avançando com o vice (José Jorge)." Bornhausen disse também que não vê problemas nos elogios que Lula fez a Lembo. "É um relacionamento institucional. Não vejo problemas", comentou. O presidente nacional do PFL pregou também a extensão da aliança, no intuito de atrair outras legendas, tais como o PMDB, PPS, PDT e PV. O vice na chapa de Alckmin, José Jorge, disse não acreditar que a crise na área da segurança em São Paulo irá prejudicar a campanha presidencial do ex-governador paulista. "Questão da segurança é nacional e de responsabilidade também do governo federal, que não enfrentou devidamente a situação", afirmou.

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