08 de março de 2010 | 20h54
Em entrevista concedida antes de sua participação no "Programa do Ratinho", da emissora SBT, na capital paulista, o deputado voltou a dizer que é pré-candidato à Presidência da República e que as chances de concorrer ao governo do Estado de São Paulo são "remotíssimas". Ciro, contudo, deixou novamente no ar a possibilidade de disputar a sucessão do governador José Serra (PSDB-SP): "Só fala que não há nenhuma possibilidade quem não tem apego à verdade. Em política, jamais digo coisas tão definitivas."
Ciro lembrou que o fato de ter transferido seu título eleitoral para São Paulo, no ano passado, já era uma indicação de que poderia aceitar o pedido do presidente Lula para ser candidato ao governo de São Paulo. "Se fiz isso, é porque alguma possibilidade havia e há. Mas é remotíssima", frisou. Apesar de quase descartar o governo paulista, Ciro mostra que tem prestado atenção aos problemas do Estado e já ensaia um eventual discurso caso entre na disputa.
Na entrevista ao apresentador Carlos Massa, o Ratinho, ele criticou os 16 anos do PSDB à frente do governo de São Paulo, fez críticas ao transporte público e observou o fato de serem sempre os mesmos políticos que compõem o secretariado do governo estadual. "O Paulo Renato Souza, por exemplo, é secretário da Educação. Ele já exerceu a mesma função no governo (André Franco) Montoro (1983-1987)", criticou. "Quanto ao transporte público, o trabalhador de São Paulo está fazendo uma terceira jornada. Isso vai piorar cada vez mais e ninguém paga por isso."
Dilma e Aécio
Ainda na entrevista, o deputado federal reiterou suas diferenças em relação à pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, dizendo-se mais experiente que a petista. Na avaliação dele, candidatos inexperientes podem cometer erros graves e caírem em armadilhas armadas por inimigos. "Não é brincadeira", afirmou. O deputado disse ser muito arriscado colocar todos os ovos na mesma cesta, referindo-se a uma candidatura única da base de apoio à administração Lula. De acordo com ele, o lançamento de seu nome à sucessão no Palácio do Planalto teria a vantagem de assegurar um segundo turno nas eleições.
O deputado reiterou que cogita a hipótese de não concorrer à Presidência, caso o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), seja o candidato tucano à sucessão de Lula. "Minha candidatura perderia a urgência. Aécio é de uma geração mais jovem e encerraria o mal que é o confronto entre o PT e o PSDB de São Paulo", afirmou.
Questionado o motivo de não descartar de vez a candidatura ao governo paulista, Ciro afirmou que, além do presidente Lula ter lhe pedido que examinasse a questão, há um conjunto de nove partidos, lideranças sindicais, artistas e intelectuais que pede a sua consideração sobre a questão. Ele disse estar disposto a ajudar a coalizão de esquerda em São Paulo a encontrar um candidato ao governo.
Elogios a Kassab
No programa do Ratinho, Ciro defendeu o programa Bolsa-Família, do governo federal, o projeto de transposição do Rio São Francisco e apresentou o que seria sua eventual plataforma à Presidência: a ampliação da educação para jovens e a reforma do sistema de saúde.
Instado a opinar sobre personalidades da vida pública, em um dos quadros do programa, Ciro surpreendeu ao elogiar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Segundo ele, o democrata é um bom prefeito, mas está encontrando dificuldades de administração em uma cidade mal planejada.
No mesmo jogo, Ciro definiu o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, como "sargentão". Sobre Fidel Castro, disse ter profundo respeito pelo líder cubano, mas afirmou que Fidel não soube a hora de sair da vida pública.
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