Ciro Gomes vê fisiologismo na formação de blocos partidários

Ex-ministro diz que blocos não alteram tendência de que haja 2° turno na disputa

Por Agencia Estado
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O ex-ministro e deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta quarta-feira que há sinais de fisiologismo na formação, às vésperas da eleição da mesa da Câmara, de blocos partidários na Casa. Para Ciro, o surgimento de blocos poderia ser uma boa iniciativa para organizar a atividade política dos partidos, não para a conquista de cargos. Do contrário, contribuirá ainda mais para o descrédito do Legislativo. "Se esses blocos se formam apenas para confrontarem hoje, de maneira absurdamente fisiológica, esse ou aquele carguinho na Câmara e os penduricalhos que isso representa, isso é uma tragédia. E só reafirma para a opinião pública que parte importante dos políticos quer transformar de uma vez por todas a política num fim em si mesmo", afirmou o ex-ministro. Ciro disse não entender muito do funcionamento da Câmara, por não ter exercido ainda o mandato de deputado, e não acreditar na continuidade da atuação dos blocos após o preenchimento dos cargos na Câmara. Afirmou que apenas o bloco do qual fazem parte PDT, PCdoB e o seu PSB têm compromisso com a atuação política na próxima legislatura e lamentou a ausência do PT: "Lamentavelmente, a marcha da insensatez não permitiu." Para Ciro, a formação de blocos não altera a tendência de que haja segundo turno na eleição dos integrantes da Mesa da Câmara, na quinta: "Não mudou nada. Vai todo mundo votar em quem já ia votar." O ex-ministro minimizou a probabilidade de seu bloco ficar com poucas posições na Mesa. "Eu acho adorável. Esse negócio de cargo me enoja, tenho horror a isso", afirmou. Dos 513 deputados e dos 20 partidos com representação, apenas 17 deputados e três partidos não formaram blocos. Ficaram de fora o PV, que elegeu 13 representantes, o PSOL, com três, e o PRB, com apenas um. O maior dos blocos, formado por PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PTdoB, soma 273 deputados e apóia o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. Em seguida vem o grupo constituído por PSDB, PFL e PPS, que soma 153 parlamentares e não possui unanimidade sobre a candidatura à presidência da Casa. PSB, PDT, PCdoB, PAN, PMN e PHS formam o terceiro e menor bloco, que soma 70 deputados e apóia a reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

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