Ciro e Itamar se apresentarão como oposição não-petista

Diante da impossibilidade de o PT aderir à coalizão formada pelo ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), os dois pré-candidatos a presidente se apresentarão ao eleitorado como a oposição alternativa, ou não-petista. Na reunião de segunda-feira, na qual se firmou o compromisso da aliança, os dois concordaram que a aproximação com o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, antes do segundo turno é praticamente impossível. No entanto, pretendem insistir na união mais ampla das oposições pelo menos até que o destino de Itamar esteja decidido, depois da convenção do PMDB, dia 9 de setembro. Se for confirmada a derrota de Itamar no encontro, o PDT será o destino do governador de Minas Gerais. Uma vez filiado ao novo partido, o governador e Ciro Gomes avançarão nas negociações em torno de uma chapa única. Os dois concordaram que falar em cabeça de chapa neste momento seria um "entrave" às negociações. Quando ficar claro que Lula será um adversário no primeiro turno, Ciro Gomes e Itamar passarão a marcar as diferenças com o PT. A começar pela decisão petista de insistir na candidatura própria. A aproximação de Ciro Gomes e Itamar será reafirmada num ato público, a ser realizado na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, contra "o intervencionismo do governo no processo sucessório", como disse o governador mineiro. A organização estará a cargo de Brizola, escolhido o coordenador da aliança. Hoje, foi cancelado o encontro de Itamar com o candidato à reeleição na presidência nacional do PT José Dirceu. Relator do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Dirceu disse ter cancelado a reunião por causa da votação de alguns pontos. Segundo o deputado, o PT quer ouvir as considerações de Itamar sobre a proposta de coalizão.