PUBLICIDADE

Ciro diz que reformas do governo são menos profundas que as do PPS

Durante reunião do diretório do partido, o ministro defende a adoção de outro modelo ecômico pelo governo Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

include "$DOCUMENT_ROOT/ext/eleicoes2002/governolula/ticker.inc"; ?> O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, afirmou hoje que as reformas da Previdência e Tributária propostas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva não são tão profundas como as defendidas pelo seu partido, o PPS. Em uma escala de 1 a 5, Ciro disse que a reforma tributária está no nível 1 e a da Previdência, no nível 2. Mas tanto ele quanto o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), que considerou as reformas incompletas, garantiram que o partido vai votar favoravelmente às propostas no Congresso. Em reunião com o diretório do PPS, o ministro defendeu ainda a adoção de um outro modelo econômico pelo governo, que leve o País a crescer 5% ao ano. "As finanças se encontravam em total descalabro quando o Lula tomou posse e não cabia ao presidente mudar os mecanismos que ferissem de morte a já combalida credibilidade brasileira. Mas o caminho não é esse que está aí. Tudo o que fizemos foi desarmar a bomba, mas isso não deve tirar a disciplina de refletir sobre outro modelo econômico", disse o ministro. "Se não pensarmos em um política econômica de crescimento, com inflação controlada e crescimento de 5% ao ano, o País não superará o seu processo de erosão social". Ciro fez questão de deixar claro que continua com as mesmas idéias sobre economia que defendeu na época de sua campanha presidencial. "Mas o governo Lula não tinha alternativa no manejo macroeconômico para fazer fora do que está fazendo", argumentou. "Mas desta vez é diferente. Estamos gerando excedente de caixa farto para reforçar a estratégia de desenvolvimento do País", alegou. O ministro observou que a aprovação das reformas da Previdência e tributária são esseciais para acabar com a vulnerabilidade do País. "Se essas reformas não forem encaminhadas como uma equação política do parlamento bastante clara, o País pode sofrer um ataque especulativo. Nossas vulnerabilidades ainda são muito grandes. A fragilidade econômico-financeira do Brasil que nós herdamos é profundamente delicada", avaliou. ?Inacabadas? Para o deputado Roberto Freire, as reformas do governo Lula também são aquém das defendidas pelo PPS. "São reformas inacabadas. É necessário que se faça uma reforma tributária e não um mero ajuste para se manter a arrecadação", disse. Freire anunciou que o PPS vai apresentar emendas para "aprimorar" o texto de ambas as reformas. Mas garantiu que o partido vai aprovar as propostas do governo Lula, incluindo a taxação dos inativos, prevista na reforma da Previdência. "Agora é um ajuste de caixa. Não é uma reforma estrutural", observou, ao defender que o sistema previdenciário deixasse de ser de repartição e passasse a ser de capitalização imediatamente e não só para o futuro. O ministro argumentou ainda que as reformas da Previdência e tributária enviadas por Lula ao Congresso foram elaboradas de comum acordo com os governadores e fazem, portanto parte de um pacto. "A questão dos inativos era o tipo de sacrifício e de desgaste político que não valeria a pena para a União, que irá arrecadar cerca de R$ 2 bilhões com a taxação. Mas no caso dos Estados não é e, evidentemente, o conjunto de pactos feitos tem de ser respeitado", disse o ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.