PUBLICIDADE

Ciro acredita em união com Lula para 2002

"Estou dizendo isso como amigo que tem uma responsabilidade comum e talvez eu seja o último amigo do PT na esquerda"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PPS à Presidência da República, disse nesta terça-feira que continua disposto a se encontrar com o presidente de Honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para negociar um possível acordo com vistas às eleições de 2002, mesmo depois de ter sido qualificado pelo líder petista de "novo Collor" - uma alusão ao ex-presidente Fernando Collor, acusado de corrupção e impedido de exercer o mandato a partir do final de 92 por decisão do Congresso. "Isso foi uma pilantragem do Lula, a quem considero uma pessoa de bem, respeitável e que tem todos os dotes para ser presidente da República", afirmou Ciro, frisando que a troca de ataques entre líderes da oposição serve apenas para reforçar a estratégia de setores conservadores da política brasileira. "É bom lembrar que a eleição tem dois turnos e, se a resposta de sempre for a agressão, o ambiente para uma aliança no segundo turno também pode se azedar", advertiu. Segundo o líder do PPS, esses setores não querem permitir a ampliação do campo de alianças dos partidos de esquerda para transformar a próxima eleição em um plebiscito contra ou a favor de Lula, que é conhecido por 100% do eleitorado brasileiro, tem a preferência de 25% a 30% desses eleitores, mas é rejeitado por 50% a 60%. Ciro afirma que a iniciativa desse encontro deve partir do PT, que é o maior partido de oposição e deveria assumir a responsabilidade de promover a unidade dos partidos de oposição. "Mas a unidade não pode partir da imposição de uma candidatura, que é a mesma de sempre, e ter como base um não-programa", sustentou. "Estou dizendo isso como amigo que tem uma responsabilidade comum e talvez eu seja o último amigo do PT na esquerda", acrescentou, observando que o PT foi "moralmente incorreto" com o presidente do PDT, Leonel Brizola, barganhando com cargos no governo do Rio Grande do Sul a filiação de João Vicente Brizola, filho do ex-governador. Ciro disse ainda que fará o possível para estar presente na Convenção Nacional do PDT, que será realizada na próxima quinta-feira em Brasília, mas que sua presença deve ser interpretada apenas como cordialidade e respeito a Brizola e não um aprofundamento da aliança entre PDT e PPS, iniciada com a formação de um bloco de atuação parlamentar dos dois partidos na Câmara, no início deste ano. Além de Ciro, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), também deve estar presente. Itamar e Brizola estão conversando com vistas a uma eventual aliança em 2002. Os dois devem se encontrar hoje em Belo Horizonte, onde Brizola recebe o título de cidadão daquele município. Ironicamente, o requerimento havia sido feita há alguns anos pelo então vereador e hoje deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.