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Cinegrafista é a principal testemunha da ação em Carajás

Por Agencia Estado
Atualização:

O cinegrafista Raimundo Osvaldo Araújo, que estava no momento do confronto de Policiais Militares e sem-terra em Eldorado dos Carajás, e único a registrar cenas do conflito, será a testemunha mais importante da acusação contra o major José Maria Pereira Oliveira, no julgamento da próxima terça-feira. O oficial foi quem comandou a tropa vinda de Parauabepas e encurralou os manifestantes e que poderá revelar quem realmente mutilou alguns dos corpos com armas brancas. Por ser pelotão florestal, o batalhão de Oliveira era o único, além dos sem-terra, a utilizarem facões. Em seu depoimento, na terça-feira, Osvaldo Araújo contou que tanto as tropas comandadas pelo coronel Mário Pantoja, que vinha de Marabá, quanto as lideradas por Oliveira, que estava em Parauabepas, estavam atirando contra os sem-terra. "A de Parauabepas também chegou atirando. Os sem-terra ficaram no fogo cruzado", afirmou Araújo. Oliveira se recusou a ser julgado junto com Pantoja, de quem tornou-se inimigo após o confronto de Eldorado do Carajás. Se o depoimento do cinegrafista pode ser um trunfo para esclarecer uma parte ainda obscura do confronto entre PMs e sem-terra, a acusação terá dificuldades maiores quando forem julgados os tenentes, sargentos, cabos e soldados, nos próximos dias 27 de maio e 10 de junho. Um dos motivos será a identificação da autoria do crime, tese em que a defesa se apoiou para tentar inocentar Pantoja. Além disso, o promotor Marco Aurélio Lima do Nascimento enfrentará outro impasse: a absolvição do capitão Raimundo Almendra Lameira. Os jurados consideraram que não haviam provas contra ele, e o mesmo acontece com os demais militares que irão à júri. Julgamentos - Tanto para a defesa quanto para a acusação, o julgamento de Oliveira será um dos mais importantes, já que será motivo também para auxiliar os recursos contra a condenação de Pantoja. O major sentará no banco dos réus na próxima. No dia 27, serão 17 tenentes e sargentos e no dia 10 de junho, mais de 140 soldados e cabos. Segundo a acusação, há novos fatos relacionados a Oliveira, que podem incriminar o militar. Foi ele quem comunicou à Polícia Civil a existência do conflito. Porém, quando o delegado de Curionópolis chegou ao local, as cenas do confronto estavam alteradas.

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