Chuvas recuperam nível de mananciais em São Paulo

Por Agencia Estado
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Com as chuvas de verão, os mananciais que abastecem a Grande São Paulo voltaram a níveis satisfatórios, e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começa a sair do sufoco no gerenciamento de uma crise que se acentuou em 2000 e atravessou todo o ano de 2001. Isso obrigou a Sabesp a gerenciar o abastecimento, mês a mês, avaliando a todo instante o comportamento da estiagem e a perspectiva de chuvas. Essa foi a principal dificuldade, na avaliação do superintendente de Produção da companhia, Edson Airoldi. Racionamento No ano passado, os moradores abastecidos pelo Sistema Cantareira correram risco de enfrentar racionamento de água. A medida foi decretada em abril no Sistema Alto Cotia, afetando 300 mil pessoas na região de Cotia, e suspensa em janeiro. O Sistema Rio Claro, que abastece parte da zona leste, também entrou na relação de preocupações em 2001. Crise superada Para Airoldi, a crise foi superada, evitando-se o rodízio na Cantareira, graças à combinação de fatores que incluem, além do gerenciamento, investimentos em infra-estrutura e a redução do consumo por parte da população. Segundo ele, a infra-estrutura da rede de distribuição permitiu que o Sistema Guarapiranga passasse a abastecer áreas antes servidas pelo Cantareira, como as regiões do Jabaquara e da Avenida Paulista. Para poupar água de Cantareira para a Grande São Paulo, no auge da estiagem, a Sabesp reduziu de 7 para 2 metros cúbicos por segundo a transferência de água do manancial para a Grande Campinas. Risco calculado Airoldi admite que todos esses fatores constituíram um risco calculado e também "compartilhado", para garantir o abastecimento de 22 milhões de pessoas: 18 milhões na Grande São Paulo e 4 milhões na região de Campinas. A Cantareira estava nesta quinta-feira com 56,1% de sua capacidade, mais do que há um ano, quando estava com 38,8%. Em 30 de setembro, o manancial havia atingido o nível mais baixo, de 14,3%. Guarapiranga atingiu 60% da capacidade (há um ano, eram 53,4%). O Alto Cotia está com 81,2%, muito acima dos 28,9% registrados há um ano e dos 16,9% de capacidade de 30 de setembro. O Sistema Rio Claro, que abastece a região do ABC, estava nesta quinta com 66,5% da capacidade (há um ano, eram 69,7%). O Alto Tietê tinha nesta quinta 56,4% (ante 53,3% há um ano). Esses índices levam os técnicos da Sabesp a descartar o risco de racionamento em 2002 na Grande São Paulo.

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