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Chuvas estabilizam reservatórios no Sudeste

Por Agencia Estado
Atualização:

As chuvas que caíram na Região Sudeste, no último fim de semana, conseguiram estabilizar o nível de armazenamento de água dos reservatórios na Bacia do Rio Grande, que abastece as hidrelétricas de Furnas, Marimbondo e Areia Vermelha. Na Bacia do Parnaíba, outra importante área atingida pela estiagem dos quatro primeiros meses do ano, não choveu, mas as frentes frias já estão conseguindo penetrar na região dos grandes reservatórios, que abrange parte de São Paulo, Minas e Goiás. A estabilização do nível dos reservatórios não significa que há um estoque de água razoável, apenas que o nível de água parou de baixar. Segundo uma fonte do setor elétrico que acompanha os esforços do governo para encontrar uma solução para a crise energética, será muito difícil evitar o racionamento. Pode ser que haja soluções diferentes para cada região. Mas as chuvas da semana passada trouxeram uma nova esperança. Desde o dia 4 de abril não chovia na área de Furnas, a principal geradora de energia da Região Sudeste. No último fim de semana, o índice pluviométrico foi de 10 mililitros. "É pouco, mas tem um valor simbólico", disse a fonte. Há informações de que pode voltar a chover entre amanhã e depois, na região. Caso ocorram chuvas consistentes durante todo o mês, a necessidade de corte de carga, hoje estimada em 20%, pode cair para 15%, uma redução significativa. Equivale dizer que um corte previsto de quatro horas ao dia pode cair para de duas horas e meia a três. O racionamento pode também ser suspenso antes do prazo previsto, de quatro meses. O problema de adiar a decisão de racionar é que isto poderá provocar uma situação pior mais tarde. O presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE), Maurício Tolmasquim, diz que um plano de racionalização agora é muito arriscado. "Se isto falhar, os cortes depois terão de ser muito mais drásticos", afirma. Segundo ele, o País passará por um período de intensa dificuldade nos próximos quatro a seis meses, e depois ficará por dois anos "em situação de alto risco". A SBPE subscreveu, com mais 11 entidades do setor energético, documento elaborado pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ, com dez propostas para superação da crise. O decálogo inclui a suspensão das privatizações no setor elétrico e a aceleração do programa de termoelétricas.

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