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Churrascaria devolve dinheiro de show ao BB

Por Agencia Estado
Atualização:

A churrascaria Porcão decidiu nesta sexta-feira devolver os R$ 70 mil pagos pelo Banco do Brasil para comprar 70 mesas para o show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, realizado há 12 dias, em Brasília. A informação é do gerente-geral do Porcão, Leonardo Delpisol, ao garantir que a churrascaria não deu dinheiro algum para que o PT compre uma nova sede para o partido, em São Paulo. Segundo ele, a dupla sertaneja recebeu R$ 115 mil de cachê pelo show. A devolução acorre em meio às acusações de favorecimento do banco estatal à dupla sertaneja, que cantou em festas promovidas pelo PT para arrecadação de fundos para a sede do partido. O empresário dos cantores, Rommel Marques, voltou a afirmar nesta sexta-feira que o cachê da dupla pelo espetáculo em Brasília também não foi doado para o PT. Em um primeiro momento, o presidente nacional do PT, José Genoino, disse que Zezé Di Camargo e Luciano doaram para o partido o pagamento que ganharam pelo show. Depois, ele mudou de versão. "O Zezé Di Camargo e o Luciano não precisam nem do PT, nem do Banco do Brasil nem do Estado. O barulho que está sendo feito em torno desse show é um absurdo. Eles têm vôo próprio e doaram o cachê para o PT", afirmou Genoino. "Só doamos o cachê do show que fizemos em São Paulo. O cachê do show de Brasília não foi doado", rebateu Rommel. Ao ser informado da declaração do empresário da dupla, Genoino disse que deveria "ter se enganado" sobre a doação do cachê do show em Brasília para o PT. "Agora um cachê de R$ 115 mil para uma dupla mais famosa do Brasil é barato. E é assim que eles ajudam o PT, cobrando um cachê barato pelos shows", afirmou Genoino, que informou que o partido comprou de dez a 15 convites (cada ingressou custou R$ 250). Segundo o gerente do Porcão, foram vendidas 360 mesas para o show, que arrecadou R$ 360 mil. "Não demos nada para o PT até porque não tivemos praticamente nenhum lucro. Os custos do show foram altos. Resolvemos devolver o dinheiro do Banco do Brasil porque não queremos ver o nome da churrascaria envolvido nessa história", afirmou Delpisol. Ele disse que o Porcão enviou uma carta ao Banco do Brasil solicitando o estorno do dinheiro pago pelas 70 mesas - pouco mais de R$ 65 mil, depois de descontados os impostos. "Não houve nenhum patrocínio do Banco do Brasil para o show", frisou. Delpisol explicou ainda que é praxe na organização de shows enviar cartas para empresas públicas e privadas oferecendo os ingressos, que são distribuídos aos clientes. "Tanto é assim que vamos promover um show do Bruno e Marrone daqui a um mês e enviamos cartas para todos os bancos, desde o Banco do Brasil até o Bradesco, oferecendo os ingresso para o espetáculo", disse. O gerente do Porcão explicou que a idéia era vender 465 mesas, mas na véspera do espetáculo o Corpo de Bombeiros de Brasília permitiu apenas a venda de 360 mesas. Além do cachê de R$ 115 mil para a dupla, Delpisol especificou alguns gastos com o show: R$ 40 mil com montagem de uma tenda onde foi realizado o espetáculo, R$ 11 mil pagos em direitos autorais, R$ 5 mil de taxa por uso do estacionamento, R$ 14 mil de hospedagem da dupla e seus assessores, entre outros. Segundo ele, foram consumidas ainda cerca de 500 garrafas de uísque. O ingresso dava direito ao jantar e à bebida. "Acabamos gastando cerca de R$ 350 mil para fazer o show e só arrecadamos R$ 360 mil com os ingressos", disse o gerente do Porcão.

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