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Christie?s é condenada num negócio de R$ 9 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Para uma casa de leilões mundialmente conhecida e num negócio onde a confiança na autenticidade do que é comprado e vendido é tudo, não poderia ser pior. Um juiz da Corte Suprema inglesa decidiu, hoje, a favor de uma colecionadora de arte, sobre a autenticidade de dois vasos que ela comprou, há uma década, da celebrada casa de leilões Christie?s. Taylor Thomson moveu uma ação contra a Christie?s por causa de dois vasos de pórfiro folhados a ouro, comprados do marquês de Cholmondeley, em 1994, por 1,9 milhão de libras(R$ 9.000.000,00) em valores da época. Taylor reclamou de que as peças, descritos no catálogo de vendas como vasos Luis XV do século 18, com valor estimado, na época, entre 400.000 e 600.000 libras (R$ 1.252.000,00 e R$ 1.878.000,00), eram cópias inferiores, do século 19, valendo no máximo 30.000 libras (R$ 147.110,00). Ela pedia a devolução das 1,9 milhão de libras mais 10 anos de juros. O juiz Raymond Jack descobriu que, embora fosse quase 70% certo de que os vasos foram feitos no século 18, não havia certeza. A Christie?s insistiu em que eram autênticos. Ele disse também que era razoável, para uma casa de leilões da importância da Christie?s, presumir a datação dos vasos como Luís XV sem maiores provas e que não houvera quebra de confiança da sua parte. Mas não eximiu a casa de produzir um catálogo abaixo dos padrões em vários aspectos, transmitindo um ?injustificado? sentimento de confiança e certeza sobre os vasos. Segundo ele, as circunstâncias requeriam que a Christie?s dissesse a Taylor que a autenticação de objetos dessa época são anormalmente difíceis por causa das cópias e imitações de peças do século 18 feitas no século 19. Jack conclui que o leiloeiro deu ?o que foi, nas circunstâncias, um retrato incompleto e Ms. Thomson tinha direito a um mais completo.? O juiz responsabilizou a Christie?s por negligência e descrição enganosa. A indenização e os custos do processo serão estabelecidos em uma data posterior. Taylor, que vive em Los Angeles e não estava no tribunal, distribuiu uma nota à imprensa comemorando a sentença. ?Para mim, o caso é uma importante questão de princípios: se um comprador de bens em leilão pode fiar-se no que diz o leiloeiro sobre esses bens?, diz. A mesma ação movida por Taylor contra Lord Cholmondeley terminou em acordo, no início do ano. Mas Jack disse, hoje, que isto não significa que Cholmondeley ?livrou-se da contestação?, uma vez que a Christie?s pode acioná-lo para conseguir recuperar todo ou parte do dinheiro que o marquês deve a Taylor. Os vaso foram vendidos como parte de um lote de Houghton Hall, a residência do marquês de Cholmondeley, em Norfolk, no leste da Inglaterra. O catálogo de venda dizia que os vasos foram desenhados em cerca de 1760 para Felipe, duque de Parma, ou um cortesão, por Ennemond-Alexandre Petitot.

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