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Chipckevitich se recusa a responder a interrogatório

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Por Agencia Estado
Atualização:

O pediatra Eugênio Chipckevitich, acusado de atos de pedofilia contra clientes, na audiência de interrogatório realizado nesta tarde, na 10ª Vara Criminal da Capital, invocou em seu favor o " Direito do Silêncio". Repetiu assim a estratégia adotada anteriormente na polícia, onde dissera que somente falaria em juízo. Eugênio se recusou a responder a todas as perguntas que lhe foram feitas pelo juiz Miguel Marques e Silva, sob a alegação de que se sente cerceado em sua defesa. Garantiu que até hoje nem ele e nem seus advogados tiveram acesso às provas reunidas no 12 volumes do processo. O médico impôs condições ao juiz para romper o silêncio: uma conferência reservada, em local apropriado, com seus advogados, Paulo Sérgio Leite Fernandes e Otávio Rossi Vieira para, em conjunto, examinarem as provas. O médico exige que na reunião sejam apresentados a ele e seus defensores três mil prontuários médicos que teriam sido apreendidos em seu consultório. Quer também examinar, sem interferências estranhas, 35 fitas de vídeo em que - segundo a acusação - aparece praticando abusos sexuais. Quer também examinar a filmadora, o projetor e demais equipamentos que teriam sido utilizados na confecção das fitas. Acrescenta que, atendidas essas exigências, estará pronto a responder a novo interrogatório, tão logo seja intimado. A pedido da defesa, cautelas especiais foram adotadas na condução do médico à presença do juiz e durante sua permanência no fórum da Barra Funda. Tudo para evitar fosse alvo das violências que os presos costumeiramente aplicam aos acusados de crimes sexuais. Ele foi levado ao fórum escoltados por agentes do 13º distrito policial, onde há mais 70 dias divide uma cela com 28 presos. Suas algemas somente foram retiradas durante a audiência. O promotor de justiça Antônio Carlos Arnobio insiste na condenação do médico por 12 atentados violentos ao pudor, 11 crimes de violação de imagem (filmagens clandestinas) e corrupção de menor. Se a denúncia foi acolhida, o pediatra pode ser condenado entre 84 a 228 anos de prisão. A audiência foi a portas fechadas, pois o processo corre em segredo de Justiça. O juiz marcou o próximo dia 10 de julho para tomar os depoimentos das testemunhas de acusação.

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