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Chinaglia reconhece que recebeu menos votos do que previa

Novo presidente da Câmara recebeu telefonema de Lula para felicitá-lo pela vitória

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, reconheceu que seus aliados fizeram uma estimativa muito otimista do número de votos que receberia, ao longo da campanha, e que não se confirmou nas urnas. Em uma rápida entrevista, no plenário da Câmara, ele disse que precisava "refletir melhor" sobre a polarização com Aldo Rebelo (PC do B-SP), mas apostou em uma recomposição da base governista. Em uma segunda e tumultuada entrevista, Chinaglia contou que recebeu um telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para cumprimentá-lo pela vitória. A seguir, os principais pontos das entrevistas do novo presidente. Vitória apertada: "Eu avaliava que (as estimativas dos aliados sobre números de votos) poderiam conter erros e ficou provado que havia. Houve uma polarização e preciso refletir melhor para entender exatamente o que aconteceu." Mudanças na Câmara: "Vivemos experiências muito ruins na legislatura passada. Agora temos que trabalhar para recuperar a autoridade e o prestígio da Câmara. Tanto trabalho interno quanto externo, ouvindo a sociedade, estando permanentemente em contato." Aumento salarial: "Este também foi um aprendizado duríssimo. Jamais esse tema poderia ter entrado no período eleitoral. Criou uma distorção, porque havia quem pudesse entender que fosse um elemento definidor a favor de quem quer que fosse. Foi muito ruim. O primeiro passo é promover o reajuste incluindo as perdas inflacionárias apenas. Outra questão é o teto salarial, mas vamos deixar para outro momento, até porque o diálogo terá que ser com a socidade." Oposição: "Assim que tomei posse eu disse que as eleições tinham acabado. É dever da presidência da Câmara se relacionar institucionalmente com todas as bancadas. Isso é passado. Agora temos uma Mesa eleita, uma pauta. Na terça-feira, já temos duas Medidas Provisórias travando a pauta." Bloco do PT com PMDB: "Aquilo que foi definido como governo de coalizão tem no PT, PMDB e nas outras bancadas uma forte base de sustentação. Nunca fiz uma relação da eleição na Câmara com o que virá a ser apoio ou oposição ao governo. Imagino que as bancadas que apóiam o governo agora vão se unificar em torno daquilo que é de interesse do País." PT de São Paulo: "Eu nunca fiz política com endereço. Não creio que um partido que se organiza politicamente e ideologicamente nacionalmente tenha características regionais positivas ou negativas." Erros do PT: "Depois de toda crise, alguém do PT ser eleito, no caso eu, para um cargo tão importante é evidente que é mais uma demonstração que o PT tem seu espaço no Parlamento. O PT tem que reconhecer seus erros. O que houve de erros de alguns do PT é coisa do passado e vamos tentar aprimorar nosso desempenho para recuperar plenamente o prestígio que o PT sempre teve." Obstáculos: "No início da campanha o noticiário dizia que eu era o candidato contra o presidente da República e isso trouxe seriíssimas dificuldades." Base aliada: "Vou me relacionar institucionalmente com todas as bancadas, todos os líderes. Eu sempre disse que da minha parte não haveria nenhum tipo de mágoa. Creio que vamos nos orientar pela política e pelos interesses do País. Pode haver um ou outro, e eu não saberia definir quem, que fique com algum tipo de atitude durante um período em função do resultado. Mas isso não é o que serve ao Brasil."

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