O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), prestou solidariedade aos deputados federais agredidos pela segurança do Senado nesta quarta-feira, 12, e cobrou investigação severa sobre o episódio. "Tem que apurar as responsabilidades. Agressão física é inadmissível", disse Chinaglia a jornalistas. Procurado por alguns deputados federais que relataram o conflito ocorrido antes da sessão que julga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar, Chinaglia chamou em seu gabinete os 13 deputados autorizados judicialmente a assistir à sessão para manifestar solidariedade. A primeira providência da Câmara será requerer as imagens do tumulto para verificar de quem partiram as agressões. Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), um dos protagonistas das agressões, um processo administrativo interno deveria ser instaurado e o Ministério Público Federal acionado para investigar o caso. O deputado Chico Alencar (PSOL) afirmou que eventual absolvição de Renan significa "dar asas ao patrimonialismo, ao coronelismo, ao clientelismo, à corrupção e à perda de fronteira entre o interesse público e o privado". Alencar criticou o fato de a sessão ser secreta. "Estamos avançando para um parlamento que não se dá ao respeito. O regimento do Senado é de Neanderthal, pré-histórico e inconstitucional e consagra o estapafúrdio, que é uma sessão secreta dos representantes do povo". O deputado informou que, no plenário, o senador Wellington Salgado chegou a pedir para que ele desligasse o celular. "Ele não tem autoridade sobre mim", respondeu. Ele também disse que o senador Tião Viana (PT-AC), que presidente a sessão, disse que estava preocupado com o que poderia acontecer diante da participação dos deputados na reunião. Chico Alencar estava fora do plenário porque foi conversar com Chinaglia. (Com Fabio Graner, da Agência Estado)