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China continua com dificuldades para controlar Sars

Por Agencia Estado
Atualização:

A China continua com dificuldades de controlar a epidemia de pneumonia asiática e de adotar medidas preventivas enquanto a situação começa a melhorar em Hong Kong e no Canadá. Para lutar contra a propagação do vírus que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), as autoridades chinesas estão tomando medidas draconianas de quarentena, fechamento de escolas e locais públicos e de lazer que provocaram violentas manifestações. Enquanto isso, eram anunciadas mais nove mortes causadas pela Sars, o que eleva o número de mortos na China continental para 206, dos quais 98 em Pequim. Com o registro de 160 novos doentes, o número total de casos confirmados aumenta oficialmente para 4.280, e desses quase metade na capital. Cerca de 15 mil pessoas foram colocadas de quarentena em Pequim e 10 mil em Nanquim. Os hospitais, mal equipados, têm agora que enfrentar demissões de funcionários, apesar do aumento de salários, segundo o diário Beijing Star. A construção de centros de quarentena nos campos provoca a ira dos camponeses que respondem com manifestações violentas, segundo a imprensa. Numa semana, três províncias foram palco de saques de edifícios oficiais e de centros destinados a abrigar pessoas em regime de quarentena. Na província de Zhejiang (leste), mais de 100 camponeses atacaram no sábado instalações e espancaram autoridades do distrito de Yuhuan. Em Henan, camponeses dos arredores de Linzhou destruíram um centro de quarentena em construção, em 27 de abril, dia em que outros 2 mil incendiaram uma escola perto de Tianjin (norte) que devia receber casos suspeitos. Na ilha de Taiwan, dois novos doentes morreram de pneumonia asiática, anunciaram as autoridades, elevando para 10 o total de mortes registradas por Taipé. No entanto, não há novos casos de Sars (116 no total). Em Cingapura, um homem de 27 anos morreu hoje de manhã de pneumonia, elevando para 27 o número de mortos nesta cidade Estado. Em Hong Kong, a epidemia continua recuando, como o atesta o balanço relativamente baixo de três novas mortes e mais oito doentes anunciado hoje. Com essas mortes, de pacientes com idades entre 66 e 86 anos, eleva para 187 o número total de vítimas fatais de Sars no território para 1.637 pessoas infectadas desde 12 de março. O número dos mortos comunicado hoje é um dos mais baixos anunciados desde o início da crise, num momento em que no auge da epidemia, várias dezenas de pessoas, até cerca de 80, eram contaminadas todos os dias. Um cargueiro malaio posto de quarentena nas águas de Hong Kong na sequência de sintomas sentidos por uma parte da tripulação só foi autorizado a zarpar hoje à noite. Na Malásia, o medo impera. As autoridades tiveram de acalmar a loucura que se apoderou da importante comunidade chinesa após terem surgido novos casos. O medo chegou à região russa de Amur (Extremo-Oriente) onde a fronteira com a China foi fechada hoje, depois da hospitalização de um homem que apresenta sintomas semelhantes aos do Sars. No Canadá, principal país não asiático atingido pela Sars, a crise parece abrandar. O Canadá assinalou hoje um único caso novo considerado como "provável". As últimas investigações sobre a Sars mostram que a doença é provocada por um vírus que pode sobreviver vários dias fora do corpo humano e até quatro dias nas fezes. A sua sobrevivência é superior a 24 horas numa superfície plástica à temperatura ambiente, segundo os trabalhos de laboratórios de Hong Kong, do Japão, da Alemanha e da China acessíveis no endereço da OMS. Segundo estes novos trabalhos, o vírus pode transmitir-se pelo simples contato com uma mesa ou uma maçaneta de porta contaminadas. Devido a estas constatações, os ministros da Saúde da União Européia decidiram reunir-se na terça-feira em Bruxelas para uma reunião extraordinária dedicada a pneumonia asiática na presença de Gro Harlem Bruntland, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS). Veja o índice de notícias sobre a pneumonia atípica

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