Chelotti é acusado de usar armas da polícia em empresa privada

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-diretor-geral da Polícia Federal Vicente Chelotti foi afastado nesta terça-feira por 60 dias do cargo que ocupa na divisão brasileira da Polícia Criminalista Internacional (Interpol). A portaria do atual diretor da PF, Paulo Lacerda, assegura que Chelotti praticou atos que se transformaram em ?escândalo e comprometimento da função policial?. Além dele, outro delegado e um agente federal foram suspensos por períodos diferentes. Chelotti, que além de trabalhar na Interpol e ser presidente licenciado do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal, também é suplente de deputado federal pelo PMDB do Distrito Federal, é acusado de ter transferido armas da Academia Nacional de Polícia (ANP) para uma empresa de segurança privada. Conforme a portaria de Paulo Lacerda, o armamento estava sendo usado regularmente nos cursos de vigilância. O ex-diretor da ANP Sérgio Fidélis Brasil Fontoura, que estava lotado na direção-geral da PF, foi afastado por 40 dias, e o agente João Vasconcelos teve 30 dias de suspensão por ter entregue as armas a estranhos. Considerado um dos mais antigos delegados da PF, Chelotti chegou ao cargo de diretor-geral, de 1995 a 2000, pelas mãos do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, até se demitir por confrontos com a área militar do Palácio do Planalto. Um dos mais polêmicos episódios ocorreu justamente em seu gabinete, onde uma escuta clandestina flagrou seu assessor, Celso Lemos, falando sobre o poder do chefe, ressaltando que ninguém o tiraria do cargo. A afirmação era uma referência a boatos de que Chelotti teria fitas que comprometiam autoridades da época, fato que ele sempre negou. A punição, conforme a portaria, poderia ter sido maior, mas Lacerda considerou o fato de os três policiais terem bons antecedentes, ressaltando a condição de Chelotti ter sido diretor-geral e Fidélis diretor da ANP. Chelotti é primeiro suplente de deputado pelo PMDB.

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