Chegada de Bush: grandiosidade e frustração

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Por Agencia Estado
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Tudo pareceu grandioso demais para acabar em poucos segundos. Para a maioria dos jornalistas que acompanhou a chegada do presidente americano a São Paulo não haveria outra forma de descrever as cerca de três horas de espera, passagem por revistas e um esquema de credenciamento cheio de paranóias de segurança como uma experiência frustrante. Principalmente com o (pouco) que de fato foi possível ser visto. A quase cem metros de distância do local reservado para os repórteres, a notícia em si - o aceno de George W. Bush e da primeira-dama, Laura, depois que o Air Force One taxiou o pátio do aeroporto - foi uma aparição de poucos segundos. Ao descer do imponente Boeing 747-200B pintado com as cores azul e branco, Bush, Laura, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o resto da comitiva presidencial permaneceram por apenas três minutos na pista do aeroporto, recebendo os cumprimentos da delegação brasileira. Em seguida, todos distribuíram-se pelos cerca de 40 veículos que esperavam pelo presidente americano e partiram. Nem o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota, aproximaram-se do cercadinho reservado aos jornalistas para contar quais foram os primeiros comentários do presidente americano ao chegar ao País. Assim que a comitiva deixou o aeroporto, uma pergunta inquietava os repórteres. Como transformar essa aparição de poucos segundos em notícia? "A manchete nos jornais de amanhã será: ´Bush é recebido em São Paulo sem tapete vermelho", ironizou uma repórter. A rigidez do esquema de segurança imposto aos jornalistas pedia que os profissionais chegassem com cerca de três horas de antecedência - para um credenciamento poderia ter sido feito sem grandes problemas na metade do tempo. Isso sem falar em certas medidas um tanto quanto injustificadas, como a proibição de que bolsas e mochilas fossem levadas para a pista de pouso quando havia a previsão de uma revista da Polícia Federal brasileira. Mas nem tudo foi frustração. Para alguns dos profissionais que participavam do esquema montado para receber o presidente americano, a emoção era tanta que houve clima até para uma quebra de protocolo. Com a partida da comitiva, cerca de seis policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Civil (Gate) aproveitavam para tirar fotos do monumental Air Force One.

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