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Chega ao mercado europeu mais uma droga contra impotência

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto o Viagra comemora seu quinto aniversário, um novo medicamento para tratar impotência masculina chega ao mercado europeu. Batizada de Levitra, a droga tem o mesmo mecanismo de ação do Viagra, mas com menos efeitos colaterais. Para os pacientes, significa mais uma opção de tratamento para a disfunção erétil. A nova droga, já à venda na Alemanha, Holanda e Reino Unido, deve chegar às farmácias brasileiras no próximo semestre. Com o lançamento, feito oficialmente nesta quinta-feira durante o 18.° Congresso Europeu de Urologia, em Madri, na Espanha, sobe para três o número de medicamentos para tratar disfunção erétil. Além do Viagra e do Levitra, há o Cialis, lançado no mês passado na Europa, que ainda não chegou ao Brasil. Os três medicamentos agem da mesma forma: bloqueiam uma enzima chamada fosfodiesterase 5, responsável pela perda da ereção. As diferenças estão na duração da ação da droga e nos efeitos colaterais, mas principalmente nas estratégias de Marketing de cada fabricante. O Viagra é o pioneiro. Precisa ser tomado de 30 minutos a uma hora antes da atividade sexual e faz efeito por quatro horas. O Cialis aposta em efeito prolongado de 24 horas. Já o Levitra oferece menos efeito colateral do que o Viagra e um tempo "ideal" de duração: oito horas ou o equivalente a uma noite. Nos três casos, os efeitos só são produzidos quando o homem é estimulado sexualmente. Estratégias de marketing à parte, especialistas independentes (não financiados pelos laboratórios farmacêuticos) explicam que ainda não é possível saber qual dos três medicamentos funciona melhor. "Não há estudo clínico que compare um medicamento com o outro", afirma Christian Stief, do departamento de urologia da Universidade de Hannover (Alemanha). Ele acredita que, em seis meses, a comunidade médica já terá essa resposta. Efeitos - Mas a avaliação desses especialistas comprova que o Levitra produz menos efeitos colaterais. A explicação está no fato de que o Viagra e o Cialis inibem também outras enzimas, como a fosfodiesterase 6 e 11, respectivamente. Como elas são importantes para várias funções do organismo, ao serem bloqueadas, o corpo pode ser bombardeado por efeitos indesejáveis. "A fosfodiesterase 6 está presente nos olhos e se relaciona com funções da visão, por isso, quem toma Viagra pode ter alterações visuais, como ver em tom azulado", diz o professor de farmacologia Donald Maurice, da Universidade de Kingston (Canadá). A fosfodiesterase 11 está nos testículos, rins, fígado, hipófise e glândulas salivares. "Mas ninguém sabe quais as funções dessa enzima no corpo humano", completa. Como o Levitra tem ação específica sobre a fosfodiesterase 5, ele produz menos efeitos colaterais. Os principais deles são dor de cabeça e rubor facial, seguidos de congestão nasal, dor de estômago, enjôo e tontura. A corrida para diminuir os efeitos colaterais das drogas inibidoras da fosfodiesterase 5 continua. Uma quarta droga está em estudo em um laboratório da Califórnia, nos Estados Unidos. Segundo Maurice, a substância foi testada em cem homens até agora e apresentou efeitos colaterais muito pequenos. Se esse desenvolvimento der certo, será mais um concorrente num mercado que movimenta US$ 1,5 bilhão por ano.

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