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Chefe de gabinete de Lula diz ver 'erro' no uso de cartão

Por Anne Warth
Atualização:

O chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse hoje que as denúncias a respeito do uso indevido dos cartões corporativos por integrantes do governo federal não configuram nenhum escândalo, conforme afirmou o presidente do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, Roberto Antonio Vallim Bellocchi, na abertura do ano judiciário, na capital paulista. "Não vejo escândalo. Vejo erros que foram cometidos e que vão ajudar, inclusive, pedagogicamente, a uma prática melhor de governo", disse, durante o encerramento da sessão solene na Justiça. Carvalho disse ainda que a administração federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não temem a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os gastos de funcionários públicos federais desde a posse, em 2003. "O presidente está tranqüilo e, quando consultado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), deu todo o apoio a CPI. Nós queremos a CPI e temos interesse em que tudo fique claro", reiterou. Sobre a necessidade de abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa paulista, respondeu: "Eu acho que CPI é bom em qualquer situação. A transparência é sempre bem-vinda." O chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República ressaltou, por diversas vezes, a criação do Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br) pela gestão Lula em 2004, que torna disponíveis os gastos dos cartões de forma discriminada. "Foi graças ao portal que todos esses dados vieram à tona", disse, sugerindo que a prática fosse adotada por todos os governos de Estados e prefeituras do País. "O portal é um salto importante na democracia. Quanto mais luz, mais transparência e menos espaço para corrupção", declarou. Carvalho defendeu o uso dos cartões por integrantes do Poder Executivo federal. "Nós consideramos um instrumento absolutamente adequado de gasto público. Os erros que foram cometidos, naturalmente, terão de ser reparados e as pessoas, responsabilizadas. Mas insisto, ao nosso ver, é o melhor sistema que existe", opinou.

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