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Chávez não vai nacionalizar empresa do Brasil, diz Lula

Por Tania Monteiro e SALVADOR
Atualização:

Depois de ouvir explicações sobre a nacionalização de empresas na Venezuela e promessas de que o mesmo não seria feito com as brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "não tem a menor preocupação" de que o colega Hugo Chávez estatize empreendimentos brasileiros. Para Lula, essa discussão não pode ser "ideologizada". O presidente voltou a defender um Estado forte, mas negou que estivesse defendendo a estatização de Chávez. "Não, eu não defendo, eu nem falei a palavra nacionalização. Eu disse que não é possível no século 21 repetir os mesmos erros ideológicos do discurso do século 20. Ficar discutindo quem tem mais competência, se é o Estado ou a iniciativa privada, não dá", desabafou Lula. E emendou: "Aqui no Brasil nós provamos que o Estado tem competência, porque ele gerencia a Petrobrás, gerencia o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, que são exemplos. Agora, tem empresários muito competentes também. Então o que é importante é que quem for competente subsiste, sobreviva.." Apesar de dizer que não estava defendendo a nacionalização, após ouvir Chávez atacar empresas que atuavam na Venezuela e que foram estatizadas, Lula fez uma veemente explanação sobre a importância do Estado forte. "Estado fraco não é Estado, é massa de manobra", disse ele, acrescentando que "quando o governo erra, o povo tem uma chance, a cada quatro ou cinco anos, de tirá-lo. E aí vem um governo que apresenta novas propostas". Para Lula, é preciso reduzir a importância da discussão sobre o papel do Estado e da iniciativa privada, pois "não precisa haver antagonismo nessa discussão". MERCOSUL Lula disse ainda que espera que o Senado delibere sobre ingresso da Venezuela no Mercosul, antes da próxima reunião bilateral, daqui a três meses. O presidente aproveitou para comemorar que, no encontro com Chávez, foi fechado acordo de adequação de tarifas entre os dois países, um dos itens que emperram a entrada da Venezuela. COLABOROU TIAGO DÉCIMO

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