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Chávez faz comício antiimperialismo no Fórum Social

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Por Agencia Estado
Atualização:

Festejado como um pop star por cerca de 10 mil pessoas no Ginásio de Esportes Poliedro, o presidente venezuelano Hugo Chávez discursou na noite desta sexta-feira no Fórum Social Mundial e afirmou que ?uma nova ofensiva se inicia contra o imperialismo no mundo?. No seu discurso, Chavéz criticou os Estados Unidos e seu presidente George Bush, a quem acusou de espionagem, exaltou revolucionários latino-americanos, entre os quais o brasileiro Luis Carlos Prestes, e pediu tolerância dos militantes de esquerda com o presidente Lula. ?Não se pode pedir a Lula que faça o mesmo que faz Chávez, nem a Evo Morales (presidente da Bolívia) que faça o mesmo que faz Lula, mas vamos pelo mesmo caminho, que é impor a maior derrota aos EUA. E é isso que importa.? Segundo Chávez, Washington quer incluir a Venezuela na lista dos países que apóiam o terrorismo, quando o governo americano é o "Mais perverso, assassino, genocida, imoral e cínico dos impérios". Acusou o presidente americano de tentar acabar com a sua revolução bolivariana, usando artifícios como a espionagem. "Acabamos de descobrir um caso, mais um, de espionagem aqui e queremos dizer que por mais mecanismos que utilizem e poder e tecnologia que tenham não vão poder conosco", disse, referindo-se a denúncia envolvendo um adido militar da embaixada americana e fuzileiros venezuelanos. "A próxima vez que detectarmos militares tentando obter informações de nossas forças armadas vamos prendê-los". Jogando com a torcida a favor, Chávez exigiu a retirada das tropas americanas do Iraque e o fim do genocídio promovido naquele país. E acusou Washington de proteger "dois grandes terroristas": (Luis) Posada Carriles e Orlando Bosch, que segundo ele "foram policiais aqui e aqui mataram e torturaram, enquanto lá (nos Estados Unidos) são protegidos. A Venezuela pediu a extradição de Carriles, detido nos Estados Unidos desde maio. Caracas acusa Carriles, opositor de Fidel Castro, da explosão de um avião da empresa cubana de aviação em 1976, durante uma viagem da capital venezuelana a Barbados, causando a morte de 73 pessoas. De origem cubana e com nacionalidade venezuelana desde a década de 60, Carriles fugiu de uma prisão quando aguardava uma sentença para a acusação de homicídio qualificado e traição da pátria. O também anticastrista Orlando Bosch, acusado do planejamento do atentado, foi absolvido em 1987 após 11 anos preso na Venezuela. Foto: Hélvio Romero/AE Militantes festejam discurso de Chávez Chávez também anunciou que viajará a Cuba para se encontrar com o presidente cubano Fidel Castro. "Devo estar em Havana em poucas horas para continuar dando força à integração latino-americana, e ao eixo do mal, como dizem alguns", ironizando uma antiga declaração de George Bush sobre países como Cuba, Irã e Coréia do Norte. O ex-ministro brasileiro José Dirceu assistiu ao discurso, na ala reservada aos convidados.

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