01 de novembro de 2010 | 00h36
Venezuelano disse que o "império" tentou impedir vitória da petista
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu as boas-vindas à presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e disse que ela se converterá em uma "gigante".
"Irmã, companheira, bem-vinda a este clube", disse Chávez, ao final do seu programa dominical Alô Presidente, minutos antes do primeiro discurso de Dilma como presidente eleita.
Chávez, que sem seu artigo publicado nos jornais deste domingo já comemorava a eventual vitória de Dilma, disse que a presidente eleita vem de uma "dura batalha" em defesa do Brasil.
"Você vem de longe, companheira, te conheço. Sabemos de onde você vem, da batalha pelo Brasil, da batalha dura. Uma mulher patriota", afirmou. "Ela se converterá, como a Cristina (Kirchner) em uma gigante."
Integração
Mais cedo, ao longo do programa, Chávez disse que o "império" tentou impedir a vitória de Dilma e que o candidato do PSDB, José Serra, representa os interesses da "burguesia" regional e dos Estados Unidos.
O presidente venezuelano disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sairá da Presidência, mas não da política".
Ao longo da campanha, Chávez questionou várias vezes o fato de Lula não poder ser reeleito para um novo mandato. Ele, por sua vez, já antecipou que concorrerá à reeleição em 2012.
Com Dilma na Presidência, a Venezuela espera manter o chamado "eixo de integração" entre Brasília, Caracas e Buenos Aires, fortalecido por Lula, Chávez e o casal Kirchner (Néstor e Cristina).
Imprensa
Os principais jornais venezuelanos, em sua versão eletrônica, afirmam que a "ex-guerrilheira" será a primeira mulher a governar o Brasil.
O jornal El Nacional destaca a aliança do PT com o PMDB. "O PT continua no poder com Rousseff, mas, agora, associado à centro-direita", afirma um dos artigos do jornal.
Na Venezuela, de acordo com o Consulado-Geral do Brasil em Caracas, o tucano José Serra venceu com 61,3% dos votos válidos, contra 38,7% para Dilma. Em um universo de quase mil eleitores inscritos no país, a abstenção foi de 63%.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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